Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de setembro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro poderá receber alta menos de dez dias após a cirurgia de hérnia à qual ele deverá se submeter no próximo domingo (08), segundo o cardiologista Leandro Echenique, que trata do chefe do Executivo. A expectativa é de que Bolsonaro esteja recuperado para embarcar no dia 22 de setembro para a Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York (EUA).
De acordo com Echenique, Bolsonaro não sente dor intensa, mas um incômodo no local, atingido por um golpe de faca durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG) há quase um ano. A hérnia no abdômen chega a ficar visível sob a roupa, de acordo com o médico.
“É uma hérnia incisional, ou seja, na região da cirurgia anterior. Isso pode ocorrer com todo mundo que faz cirurgia do abdômen. É bem mais simples do que as cirurgias anteriores. Não é um caso de aderência, de rompimento interno de alguma estrutura, nada disso. É uma hérnia na parede abdominal. A hérnia que ele tem é como se fosse um abaloamento. A pessoa percebe uma ondulação no abdômen”, explicou.
Segundo o médico, há imprevisibilidade sobre o tempo de internação, mas a equipe trabalha com a possibilidade de ele ficar menos de dez dias sob cuidados. “Tempo de internação hospitalar não dá para afirmar, são muitas variáveis. Ele [Bolsonaro] colocou nas redes sociais dez dias, mas a gente acha que provavelmente é menos que dez dias.”
“Se tudo ocorrer bem, ele consegue embarcar sim. Ele falou conosco dessa viagem, vamos agilizar justamente por isso”, disse o médico. O presidente se submeteu a exames depois de começar a sentir dor no local, segundo fontes do Palácio do Planalto.
O novo procedimento pelo qual passará o presidente é uma intervenção de baixa complexidade e comum nos casos de pacientes que já foram operados no abdômen. Segundo o médico Fábio Campos, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, a complicação desenvolvida por Bolsonaro “é natural em pessoas que passaram por três procedimentos abdominais, sendo o primeiro deles em condição crítica”.
“Na incisão para as cirurgias, ele abriu a barriga três vezes. Isso, por si só, já é uma situação que aumenta a chance de ter uma hérnia incisional”, explicou o especialista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.