Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de junho de 2019
O Facebook anunciou, nesta terça-feira (18), o lançamento de uma criptomoeda própria, chamada Libra, e a criação de uma nova subsidiária, a Calibra, confirmando a entrada da gigante de tecnologia no mundo das finanças e na oferta de serviços financeiros digitais. As informações são do portal G1.
“O primeiro produto que a Calibra irá lançar é uma carteira digital para o Libra, uma nova moeda global baseada na tecnologia blockchain. A carteira estará disponível no Messenger, WhastApp e em um aplicativo independente — e esperamos lançá-la em 2020”, informou a empresa em comunicado.
O projeto, batizado de rede Libra, foi noticiado pela primeira vez em dezembro de 2018.
A empresa, que também é dona do Instagram, busca competir com bancos e reduzir custos de consumidores. O Facebook, que conta com mais de 2 bilhões de perfis no mundo, quer que seu sistema de pagamentos com moeda digital também sirva para usuários que também não tenham conta bancária.
Segundo o Facebook, a carteira digital permitirá o envio de criptomoedas por meio do smartphone, através das plataformas do grupo, “de maneira simples e imediata, como se estivesse enviando uma mensagem de texto de graça ou a baixo custo”.
“Com o tempo, também esperamos oferecer serviços adicionais para pessoas e empresas, como pagar contas apenas apertando um botão, comprar uma xícara de café escaneando um código, ou usar transporte público sem a necessidade de carregar dinheiro ou um cartão de transporte”, diz o comunicado.
Criptomoedas são rodadas com a tecnologia blockchain, que usa blocos de informação, como acordos ou transações, a serem armazenados em uma rede de computadores.
O Facebook promete adotar medidas para proteger a privacidade dos usuários da sua carteira digital. “A não ser em casos específicos, a Calibra não dividirá informações de conta ou dados financeiros com o Facebook Inc. ou nenhum outro terceiro sem o consentimento do cliente”.
Isso significa que as informações de conta e os dados financeiros de clientes da Calibra não serão usados para aumentar a assertividade de anúncios na família de produto do Facebook”, afirmou.
O que é blockchain?
É uma espécie de grande “livro contábil” que registra vários tipos de transações e possui seus registros espalhados por vários computadores. No caso das moedas criptografadas, como o bitcoin, esse livro registra o envio e recebimento de valores. Para facilitar, pode-se fazer a seguinte analogia: as “páginas” desse “livro contábil” estão armazenadas em várias “bibliotecas” espalhadas pelo mundo; por isso, apagar o conhecimento presente nele é uma árdua tarefa.
Este sistema é formado por uma “cadeia de blocos”. Um conjunto de transações é colocado dentro de cada um desses blocos, que são trancados por uma forte camada de criptografia. Por outro lado, a blockchain é pública, ou seja, qualquer pessoa pode verificar e auditar as movimentações registradas nela.
Como a blockchain faz estas transações?
Todas as transações que acontecem na blockchain são reunidas em blocos. Cada bloco é ligado ao anterior por um elo, um código chamado “hash”. Juntos, eles formam uma “corrente de blocos”, ou “blockchain”. Os responsáveis por montar a “blockchain” são os chamados mineradores.
Eles reúnem as transações que estão sendo incluídas na rede, mas ainda não foram colocadas em um bloco. O trabalho do minerador é, entre outras coisas, calcular o “hash” certo para formar a ligação entre os blocos. Como os cálculos são bastante complexos, há um custo computacional bastante alto.
Blockchain é uma tecnologia segura?
Qualquer transação feita pela blockchain só pode ser validada quando todo um “bloco” é preenchido com transações. Ou seja, só assim é possível fazer uma moeda digital sair das mãos de uma pessoa e ir para outra. Como esses blocos são selados por códigos criptográficos, é praticamente impossível arrombar o segredo desses recipientes. Isso garante, por exemplo, que: cada moeda chegue ao destino certo; uma moeda não seja usada mais de uma vez; transações anteriores não sejam alteradas sem comprometer toda a cadeia.