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Política O juiz Sérgio Moro sugere que a “política saia das páginas policiais” dos jornais

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"Isso se resolve tirando o crime da política e não a liberdade da imprensa”, disse Moro. (Foto: Reprodução)

Na sentença em que condenou o ex-presidente Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex, o juiz federal Sérgio Moro defendeu enfaticamente a liberdade de imprensa e sugeriu que “a política saia das páginas policiais”.

“Não há qualquer dúvida de que deve-se tirar a política das páginas policiais, mas isso se resolve tirando o crime da política e não a liberdade da imprensa”, sentenciou o juiz da Operação Lava-Jato que impôs a Lula a primeira condenação da história de um ex-presidente por crime comum.

Moro abordou o que se denominou “guerra jurídica”. “Seria ela também decorrente da ‘instrumentalização da mídia’ ou estaria sendo realizada ‘com apoio de setores da mídia tradicional’.” E continua: “Em ambiente de liberdade de expressão, cabe à imprensa noticiar livremente os fatos. O sucessivo noticiário negativo em relação a determinados políticos, não somente em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, parece, em regra, ser mais o reflexo do cumprimento pela imprensa do seu dever de noticiar os fatos do que alguma espécie de perseguição política a quem quer que seja”, assinalou o magistrado que aplicou a Lula sanção de seis anos e meio para crime de corrupção e mais três anos por lavagem de dinheiro – mais proibição de ocupar cargo ou função pública por 19 anos.

O juiz destacou que o caso triplex se encaixa no maior escândalo de corrupção do País, o esquema cartelizado de propinas instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. “Entre os fatos recentes, encontra-se um escândalo criminal com prejuízos de corrupção estimados em cerca de seis bilhões de reais pela própria Petrobrás e que teria ocorrido durante os mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua sucessora (Dilma). É natural, no contexto, que a imprensa tenha notícias para divulgar.”

Moro fez uma ressalva para afastar versões de críticos da Lava-Jato. “De todo modo, este Juízo não controla e não pretende controlar a imprensa, nem tem qualquer influência em relação ao que ela publica.”

O juiz reportou-se à mensagem que ele fez quando ficou frente a frente com o principal réu da Lava Jato. “Como este mesmo Juízo explicitou, mesmo desnecessariamente, no interrogatório judicial do ex-presidente, o processo será decidido com base nas leis e nas provas (“eu lhe asseguro que vai ser julgado unicamente com base nas leis e na prova do processo, o senhor pode ficar seguro quanto a isso”), independentemente de qualquer posicionamento da imprensa a respeito do caso.”

O juiz observou que “todas essas decisões foram tomadas no exercício regular da jurisdição e as alegações de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreria alguma espécie de ‘lawfare’ não encontram sustentação nos fatos da investigação e do processo, aparentando ser um rematado exagero por parte da defesa de acusado que responde o processo em liberdade, não só de locomoção, mas de manifestação, e que vem exercendo amplamente a sua defesa”.

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