Sábado, 05 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 20 de junho de 2019
O STF (Supremo Tribunal Federal) pode adiar o julgamento sobre a suspeição do ministro Sérgio Moro nos processos da Operação Lava-Jato, marcado para a terça-feira (25). As informações são da coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
A pressão, segundo a colunista, é grande no sentido de postergar a análise do caso. Mas a decisão só deve ser tomada no dia, e por todos os cinco ministros da 2ª turma, que julgará o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Lula.
O habeas corpus foi apresentado ao STF antes do escândalo das mensagens de Moro com os procuradores da Lava-Jato, revelado pelo site The Intercept Brasil.
Um dos pilares da argumentação da defesa é o fato de Moro ter conversado com emissários de Jair Bolsonaro para integrar o governo dele quando ainda era juiz.
Audiência no Senado
Moro participou, na quarta-feira (19), de audiência da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. A relação entre juízes, promotores, advogados e delegados dominou parte dos debates. O ex-magistrado rebateu a acusação de que agiu de forma parcial na Operação Lava Jato com números. Segundo ele, foram 90 denúncias, 45 sentenças e 44 recursos interpostos pelo Ministério Público. De 291 acusados, 211 foram condenados e 63 absolvidos, o que demonstra não ter havido convergência de ações. As informações são da Agência Senado
“Qual o conluio? Qual a convergência? O que havia no fundo era muita divergência. Também existe parcial convergência: não quer dizer que, se absolvo alguém, tenho conluio com advogado. E também não quer dizer que, se condeno alguém, tenho acordo com o Ministério Público. A Lava Jato não era de atuação exclusiva minha. Aliás, nunca um juiz teve tanto recurso contrário às suas decisões como eu, por que os casos eram difíceis e envolviam pessoas poderosas. Quem foi condenado foi condenado nas provas que cometeu corrupção. E grande corrupção”, disse.
Ainda segundo o ministro, são normais na Justiça brasileira as conversas entre integrantes do processo, e o aplicativo Telegram usado era apenas para agilizar a troca de informações. Ele disse que também recebia advogados, como comumente outros juízes fazem.
“Eu recebi advogados em minha sala. Conversávamos informalmente. Não é adiantamento de decisão, não é conselho, mas uma interlocução normal em qualquer fórum de Justiça. O dado objetivo é que não há nenhuma espécie de conluio […] O aplicativo foi apenas uma troca mais rápida de conversa, se é que são de todo autênticas. Não tem nenhum aconselhamento, apenas uma interlocução. Não tem comprometimento da impessoalidade. Onde está o comprometimento da imparcialidade?”, indagou.