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Por Redação O Sul | 5 de junho de 2019
Uma estimativa atualizada indica que o teste nuclear de setembro de 2017 realizado pela Coreia do Norte foi equivalente a 250 quilotons de TNT – uma capacidade explosiva 16 vezes maior do que a bomba lançada em Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial. A explosão também apresentou uma ordem de magnitude maior que os cinco testes anteriores feitos pelo país.
Uma pesquisa publicada esta semana no Journal of Geophysical Research: Solid Earth forneceu novas estimativas para um teste nuclear subterrâneo conduzido pela República Popular Democrática da Coreia do Norte em 3 de setembro de 2017.
A bomba, detonada no local de testes nucleares de Punggye-ri no Monte Mantap, produziu 250 quilotons de TNT, de acordo com a nova pesquisa. Considerando que essas estimativas não são estritamente precisas, esse número pode chegar a 328 quilotons.
O teste de 2017 também foi de uma ordem de magnitude maior do que qualquer um dos testes anteriores realizados no local de 2006 a 2016, indicando um aumento repentino na capacidade.
Os autores do novo estudo elaboraram uma estimativa mais precisa levando em conta a geologia da região. Para determinar o poder dessas armas à distância, os cientistas estudaram as ondas sísmicas produzidas por esses testes.
A Coreia do Norte retirou-se do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares em 2003 e começou a testar armas nucleares em 2006. O país já realizou um total de seis testes, cada um mais potente que o anterior. Mas, conforme mostra a nova pesquisa, a diferença detectada entre o quinto e o sexto é particularmente alarmante. O salto de cerca de 20 quilotons para 250 quilotons significa um aumento dramático no potencial nuclear da Coreia do Norte.
“O mais assustador é que era uma bomba muito grande”
“De 2006 a 2016, a Coreia do Norte aumentou de forma constante o tamanho dos eventos, de algo em torno de 1 quiloton para cerca de 20 quilotons. Os primeiros resultados pareciam não ser muito bons, porque eram incomumente pequenos”, disse o co-autor Thorne Lay, sismólogo da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, em um comunicado da American Geophysical Union à imprensa. “E então, em um ano, eles saltaram para cerca de 250 quilotons. O mais assustador é que era uma bomba muito grande.”
Esta nova estimativa não é totalmente surpreendente. O teste de 2017 desencadeou um terremoto de magnitude 6,3 – um evento que literalmente moveu montanhas. A explosão subterrânea também causou o colapso da câmara nuclear no local de testes de Punggye-ri.