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Redação O Sul
| 1 de janeiro de 2018
A Coreia do Norte completou a sua capacidade nuclear estatal, disse nesta segunda-feira (01) o ditador norte-coreano Kim Jong-un, em seu discurso de ano novo, no qual também pediu para aumentar a produção de armas atômicas e mísseis para implantação.
Em mensagem transmitida pela emissora estatal norte-coreana, Kim afirmou que a capacidade atômica de seu país exerce um grande poder dissuasivo nos Estados Unidos, garantindo que suas armas são capazes de alcançar todo o território americano.
O ditador norte-coreano pediu que Washington e Coreia do Sul encerrem suas manobras conjuntas, criticadas pelo regime como uma tentativa de invadir seu país, e estendeu uma mão ao país vizinho afirmando que Norte e Sul devem melhorar suas relações. Além disso, declarou que os Estados Unidos não têm mais meios para atacar a Coreia do Norte.
Jong-un disse que Pyongyang só utilizaria suas armas atômicas se sua segurança estiver ameaçada, mas afirmou que manterá o seu programa de desenvolvimento de mísseis balísticos e ogivas nucleares. “Os Estados Unidos estão ao alcance de nossas armas nucleares. Tenho um botão que pode acioná-las dentro do meu escritório. É a realidade, não é uma ameaça”, disse o ditador em seu pronunciamento.
Kim disse que é imperativo baixar as tensões militares na península coreana e melhorar os laços com o Sul, acrescentando que o caminho para o diálogo estava aberto. O líder da Coreia do Norte afirmou também que vai considerar o envio de uma delegação aos Jogos de Olimpíadas de Inverno em Pyeongchang, na Coreia do Sul, em fevereiro.
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse que a participação da Coreia do Norte garantirá a segurança das Olimpíadas de Pyeongchang e propôs no mês passado que Seul e Washington adiassem grandes exercícios militares que o Norte denuncia como um ensaio para a guerra até depois dos Jogos.
Guerra
Os Estados Unidos estão agora mais próximos do que já estiveram de uma guerra nuclear com a Coreia do Norte, alertou o ex-oficial militar americano Mike Mullen no domingo (31), dizendo que vê poucas perspectivas de uma solução diplomática.
Mullen atribuiu o crescente perigo à presidência “incrivelmente disruptiva” de Donald Trump. “E, na minha opinião, existe um clima muito perigoso pela incerteza sobre como isso tudo acabarrá”, disse à ABC. “No topo da lista [de uma possível guerra] está a Coreia do Norte.”
“Estamos realmente mais perto, na minha opinião, de uma guerra nuclear com a Coreia do Norte e nessa região do que nunca”, disse ele. “Não vejo as oportunidades para resolver este diplomaticamente neste ponto particular.”
Mullen, que serviu como o principal conselheiro militar dos EUA para os presidentes George W. Bush e Barack Obama, questiona se Trump pode ser constrangido pelo secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, pelo conselheiro de segurança nacional H. R. McMaster ou pelo chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly.