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Redação O Sul
| 11 de abril de 2018
Os preços do petróleo saltaram nessa quarta-feira, atingindo suas máximas em mais de três anos, depois que a Arábia Saudita informou ter interceptado mísseis em Riad e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou a Rússia sobre iminente ação militar na Síria.
O petróleo dos EUA (WTI) e a referência global Brent foram negociados em seus maiores níveis desde 2014, já que preocupações geopolíticas ofuscaram um aumento surpreendente nos estoques de petróleo dos EUA. O petróleo Brent fechou em US$ 71,93 o barril, alta de 1,25%, segundo a Bloomberg. Já o WTI (americano) fechou em US$ 66,74 por barril, ganho de 1,88% no dia.
Os preços começaram seu rali com a ameaça de Trump de lançar mísseis na Síria. Washington e seus aliados estão considerando ataques aéreos após suspeita de ataque com gás venenoso na semana passada. O petróleo escalou ainda mais com o anuncio da emissora Al Arabiya de que forças de defesa aéreas da Arábia Saudita interceptaram mísseis sobre a capital Riad.
“Um relatório dos estoques baixista foi rapidamente negado pela notícia de foguetes interceptados em Riad, o que só acirra o recente aumento nas tensões geopolíticas”, disse Anthony Headrick, analista de mercado de energia da CHS Hedging LLC.
Os esforços de grandes produtores globais de petróleo de limitar sua oferta reduziram os estoques para algo próximo da média em cinco anos, afirmou hoje o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Mohammed Barkindo, durante o Fórum de Energia Internacional em Nova Délhi, capital da Índia.
Segundo Barkindo, os estoques atuais estão cerca de 42 milhões a 43 milhões de barris acima da média em cinco anos, ante 400 milhões de barris antes da decisão da Opep e de parceiros de restringir sua produção, anunciada no fim de 2016.
Desde o início do ano passado, a Opep e dez países que não pertencem ao grupo, incluindo a Rússia, vêm procurando reduzir sua produção combinada em 1,8 milhão de barris por dia, numa iniciativa que continuará até pelo menos o fim deste ano. Embora os estoques tenham caído, Barkindo admitiu que a Opep e parceiros “ainda têm algum trabalho pela frente”.
Diesel da Petrobras
O preço médio do diesel vendido pela Petrobras a distribuidoras de combustíveis atingiu nessa quarta-feira seu maior valor desde meados de 2017.
Isso não significa necessariamente que as alterações chegarão ao consumidor final na bomba. Os postos são livres para aplicar ou não o reajuste, e na porcentagem que desejarem.
O diesel, combustível mais consumido no Brasil, está sendo comercializado nas refinarias da empresa nesta quarta-feira ao valor médio de R$ 1,9169 o litro, após alta de 2,3% ante o valor cobrado no dia anterior, segundo dados da Petrobras.
É o maior valor do diesel desde que a empresa começou a reajustar preços quase que diariamente, em 30 de junho de 2017, seguindo os valores do mercado internacional, em busca de rentabilidade. Entretanto, a alta acumulada em abril é de apenas 1,5%.
“Hoje, quando o mercado de petróleo oscila, isso é repassado diretamente para a conta. Então você vai ter um aumento naturalmente”, disse o sócio da GO Associados Fernando Marcato, destacando que em anos passados a Petrobras subsidiava os preços dos combustíveis, amargando prejuízos bilionários, ao segurar reajustes.
