Quinta-feira, 10 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2019
O programa para estimular os empregos que o presidente Jair Bolsonaro lançará na segunda-feira vai resultar uma desoneração da folha de 50% para empregadores que derem a primeira oportunidade de emprego para jovens (18 e 29 anos) e contratarem pessoas com mais de 55 anos. A estimativa é do economista José Pastore e considera os efeitos indiretos da retirada dos penduralhos da folha, no cálculo de férias, por exemplo. Os únicos encargos que vão sobrar são a contribuição reduzida do FGTS de 2% e o Seguro de Acidente de Trabalho (SAT). As informações são do jornal O Globo e da Agência Brasil.
Todos os demais, como recolhimento para a Previdência, Sistema S, salário-educação e Incra serão zerados para contratos de até dois anos. Além disso, a multa do FGTS nas demissões sem justa causa cairá de 40% para 20%. Chamado de “Trabalho Verde Amarelo”, o programa será restrito a trabalhadores da baixa renda, com remuneração de até um salário mínimo e meio.
Segundo fontes a par das discussões, o programa será acompanhado de várias medidas na área trabalhista, como por exemplo, vai avançar na simplificação de diversos temas para reduzir a burocracia nos acordos com funcionários sobre banco de horas, horas extras e acordos judiciais.
A ideia é liberar totalmente os patrões das negociações com sindicatos no banco de horas por exemplo. Hoje, as empresas só podem negociar individualmente bancos de horas com duração de até seis meses.
Para Pastore, o programa do emprego deverá ter adesão de empresas de médio porte. São elas que geralmente são mais cautelosas em momentos de início de retomada da atividade preferem trabalhar com informais. Eles poderão ser formalizados, disse. Já no caso de empresas grandes, o interesse deverá ser pequeno.
“Haverá uma forte desoneração e o programa tem um nicho crítico importante”, destacou Pastore, acrescentando que um dos objetivos é beneficiar os trabalhadores mais vulneráveis.
Mercado de trabalho
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e que visa antecipar tendências do mercado de trabalho ficou em 85,8 pontos em outubro. O índice foi divulgado na sexta-feira (8) e registra o menor nível desde maio deste ano. A queda foi de 1,3 ponto em relação a setembro, quando estava em 87,1 pontos.
Segundo a FGV, a queda mostra a dificuldade de “uma reação mais robusta do mercado de trabalho”. O IAEmp, que tem uma escala de zero a 200 pontos, é calculado com base nas expectativas de consumidores e de empresários da indústria e dos serviços numa combinação das pesquisas Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, também medidos pela FGV.
Em outubro, a indústria foi a principal responsável por puxar o índice para baixo.
Esta dificuldade do mercado em absorver mão de obra é observada no Indicador Coincidente de Desemprego ICD, também divulgado hoje pela FGV. O índice subiu 0,1 ponto, atingindo 93 pontos. O nível histórico deste indicador, desde 2005, é de 84,2 pontos.
Neste caso, o índice é calculado com base na opinião dos consumidores sobre a atual situação da falta de emprego. O ICD também tem uma escala de zero a 200 pontos, mas, diferentemente do Iaemp, o resultado melhora quando cai e piora quando cresce.