Geral Possibilidade de Marcela Temer se tornar primeira-dama faz burburinho crescer na sua cidade natal
Por Redação O Sul | 30 de abril de 2016
A população de Paulínia, no interior de São Paulo, anda concentrada na possibilidade de uma legítima paulinense se tornar a primeira-dama do País. Se o burburinho em torno de Marcela Temer, 32 anos, já era uma constante desde 2011, quando ela apareceu ao lado de Michel Temer na posse da presidenta Dilma Rousseff, a possibilidade de o cônjuge assumir o cargo máximo da República fez a fervura transbordar e impactar a região. A cidade tem o maior polo petroquímico da América Latina, o sétimo maior PIB per capita do País e já foi chamada de Hollywood brasileira.
Origem.
Marcela e Temer, então candidato a deputado federal, se conheceram em Paulínia, durante o churrasco de lançamento da candidatura de um correligionário do peemedebista. O evento foi organizado por um empresário, Paulo Berenguel, que também era o dono de um jornal local, O Momento. Foi ele quem deu o primeiro emprego a Marcela. “Depois do concurso de miss [do qual Marcela participou em 2002 e tirou segundo lugar], ela trabalhou como recepcionista para o jornal. Ganhava um salário mínimo e trabalhava meio período. Era séria e responsável.”
Perfil.
O perfil de Marcela publicado pela revista Veja explodiu nas redes sociais e fez com que muitas mulheres postassem fotos ironizando o título “bela, recatada e do lar”. Mais do que isso, despertou um debate sobre o conteúdo e machismo que a figura de uma primeira-dama pode despertar. A estudante Abria Meira afirmou que a polêmica em torno da figura da mulher de Temer “só reforça o papel que a sociedade machista e a mídia reservam para a mulher”. Para ela, a ideia de uma primeira-dama seria a de “uma mulher acessório, uma mulher que está sempre perto para servir e ser uma coadjuvante na vida do marido e na política”.
Na cidade natal de Marcela, os jovens se dividem entre a excitação de ter uma “famosa” local e o tédio do discurso de mulher irretocável e perfeita. “Acho que isso tudo pode trazer coisas boas para a cidade. Acho também que uma primeira-dama pode puxar o governo para questões voltadas ao social”, diz a estudante Jennifer Miranda, 25 anos.
“Pode ser bonita, pode ser do lar, mas a coisa do recato pegou mal. Quem é recatada ou recatado? Isso não existe”, disse Elisana Vieira Rios, 16 anos. Ao ouvir o discurso da amiga, Alef Bonatti, 17 anos, pergunta com candura: “O que é recato”? Na mesa, todos riem. Mas ninguém sabe a resposta.
Educação.
O currículo escolar poderia ser uma pista do que pensa Marcela. Na escola estadual em que ela estudou, uma funcionária que diz não concordar “com essa palhaçada que está acontecendo no País”. Segundo ela, Marcela teria sido “uma aluna igual às outras”. Outra funcionária do colégio, sem dar acesso ao histórico escolar, afirmou que as notas da menina “até que eram boas”.
Ex-colega de escola, Daniela Motta Vieira, 30 anos, revelou que Marcela, de fato, sempre foi muito reservada e que tinha poucas amigas. “Nunca foi de se enturmar com ninguém, não saía, não ia para as festas.”
Em São Paulo, a Faculdade Autônoma de Direito também não dá detalhes sobre sua carreira acadêmica. Apenas afirma que ela era uma aluna frequente e com boas avaliações. Segundo a instituição, o seu Trabalho de Conclusão de Curso foi sobre “A Fertilização In Vitro no Direito Brasileiro”. (AE)
