Quarta-feira, 16 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2019
Ao retornar neste sábado (9) ao reduto de origem do PT, a região do ABC Paulista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 74 anos, fez um duro discurso contra a Operação Lava-Jato e o ex-juiz Sérgio Moro, atacou a política econômica do governo federal e se referiu ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) como miliciano. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
“Eu estou de volta”, disse, sob aplausos de militantes. “Estou com mais coragem de lutar do que quando eu sai daqui.” Na reta final da fala de 45 minutos, pediu resistência, luta e união da esquerda e já preparou o clima para as eleições de 2022: “A esquerda vai derrotar a ultradireta que nós tanto queremos derrotar”.
Em seu discurso, Lula mostrou que será opositor de Bolsonaro não apenas no campo político, mas também no terreno econômico. Criticou a agenda de reformas e lembrou que o liberalismo no Chile, citando ser um modelo elogiado pelo ministro Paulo Guedes (Economia), elevou a pobreza no país vizinho. Também chamou Guedes de “demolidor de sonhos”.
Lula deixou a prisão na sexta-feira (8) após decisão da Justiça. Ele foi recebido por apoiadores, que o aguardavam na frente da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde esteve preso por 580 dias.
Por volta das 10h40min deste sábado, embarcou em um avião fretado para São Paulo, de onde se deslocou até São Bernardo do Campo.
O ex-presidente foi solto após o resultado do julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) na quinta (7) que barrou a permanência na prisão de condenados em segunda instância, como é o caso do petista.
A saída da cadeia não significa o fim do processo do tríplex de Guarujá (SP), pelo qual Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. O ex-presidente vai aguardar em liberdade o julgamento de recursos ainda pendentes, no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no próprio STF.
Após deixar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos na noite deste sábado (9), Lula chegou ao seu apartamento em São Bernardo do Campo (SP), sem muito alarde. Apenas alguma movimentação dos seguranças mostrou que o ex-presidente estava em um dos dois carros que entraram na garagem do edifício.
Na rua, pessoas que passavam gritaram “Lula livre”. A segurança segue reforçada em frente ao prédio.