Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2019
O porta-voz da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro, coronel Mauro Fliess, confirmou que o sequestrador que fez 39 reféns no início da manhã desta terça-feira (20), em um ônibus na Ponte Rio-Niterói, foi morto por um atirador de elite. As informações são da Agência Brasil.
Tiros foram ouvidos no local por volta das 9h. Pelo Twitter, a PM informou que a ocorrência foi encerrada sem vítimas entre os reféns. “O tomador de refém foi neutralizado por um atirador de precisão do #Bope [Batalhão de Operações Policiais Especiais] e todos os reféns foram libertados ilesos” postou a corporação.
O sequestro começou pouco antes das 6h e interditou a ponte nos dois sentidos. A polícia disse que a arma usada por ele era um simulacro, ou seja, de brinquedo. O tráfego foi interrompido nos dois sentidos e liberado no sentido Niterói pouco depois das 10h. Antes de ser atingido, o sequestrador havia liberado seis reféns. As primeiras negociações com o sequestrado foram feitas pela Polícia Rodoviária Federal e depois conduzidas pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar.
Ajuda
A Polícia Civil está investigando se Willian Augusto da Silva, de 20 anos, identificado como o sequestrador de um ônibus na Ponte Rio-Niterói, teve ajuda de alguém no planejamento ou execução do crime na manhã de hoje (20). Silva permaneceu por três horas e meia com 39 reféns parados na altura do vão central, na pista sentido Rio. Os passageiros foram ouvidos durante a tarde na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG).
O diretor da Divisão de Homicídios, delegado Antônio Ricardo, confirmou que todas as hipóteses, incluindo a possível participação de outras pessoas, estão sendo analisadas. “A investigação começou agora. É prematuro darmos uma posição neste sentido, mas não descartamos essa hipótese”, respondeu o delegado aos jornalistas, à saída da DHNSG.
Sucesso
O governador do Estado, Wilson Witzel, que concedeu coletiva à imprensa no início da tarde, considerou um sucesso a operação que terminou com a morte de Willian.
“Tivemos que usar atiradores de elite para neutralizar um homem que ameaçada dezenas de vidas. Eu estive no local, subi no ônibus e vi que havia um cheiro forte de gasolina. Ele pendurou no teto do ônibus garrafas PET cortadas com gasolina e tinha um isqueiro na mão quando foi abatido. Durante a negociação ele demonstrou uma perturbação mental e disse que queria parar o estado. Vamos ouvir os reféns e familiares para entender o que levou ele a praticar este ato.”
Segundo o comandante do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), tenente-coronel Maurílio Nunes, que foi o responsável pela ação, as negociações por telefone não avançaram e a psicóloga presente no local identificou em William um perfil psicótico, o que, segundo ele, levou a polícia a iniciar a “negociação tática” que culminou nos disparos fatais. “No contato, ele alegou que queria se matar, iria se atirar da ponte, estava difícil manter a negociação, ele saiu do ônibus e apontou a arma para uma vítima. Sempre tomamos por princípio que a arma era real. O ônibus estava engatilhado, com garrafas PET com gasolina penduradas e ele tinha um isqueiro, então a ameaça era real. A negociação passou para tática, comandada por mim.”
Por motivo de sigilo no inquérito, Nunes não revelou quantos atiradores participaram da ação nem quantos tiros foram disparados. “Foram disparados os tiros necessários para ele parar. Ele também tinha uma faca e uma arma de choque”, informou o tenente-coronel.