Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2019
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, proibiu a entrada de jornalistas com celulares, gravadores e câmeras de filmagem durante um evento que participou na terça-feira (18) em São Paulo.
Moro deu uma palestra em um evento sobre lavagem de dinheiro chamado “The OFFshore Alert Conference Brazil”, realizado no hotel Palácio Tangará. A informação sobre as restrições aos jornalistas foi repassada pela assessoria de comunicação do hotel, mas foi imposta pela assessoria do ministro.
Segundo o Palácio Tangará, jornalistas que estivessem no evento poderiam entrar apenas “com papel e caneta” nas mãos. Segundo informações do jornal Valor Econômico, a assessoria do ministro disse que “houve uma falha de comunicação”.
“A restrição era apenas para filmagem”, declarou Moro ao jornal. Já de acordo com o Palácio Tangará, a condição imposta pelas assessorias do ministro e do evento foi que os jornalistas entrassem apenas “com papel e caneta nas mãos”.
O ministro da Justiça e Segurança Pública tem evitado a imprensa desde que uma crise entre ele e o presidente Jair Bolsonaro foi deflagrada. Bolsonaro queria a saída do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, homem de confiança de Moro.
Também participou do evento em São Paulo a diretora do Departamento de Recuperação de Ativos do Ministério da Justiça e Segurança Pública, delegada federal Erika Marena. Ela trabalhou com Moro nas investigações da Lava-Jato e foi responsável por batizar a operação.
No site do evento, em inglês, ele é descrito como um “fórum neutro”, uma “conferência que adota uma abordagem holística ao crime financeiro”. Diz o texto de apresentação: “Em nossos eventos, você aprenderá não apenas como identificar fraudes, mas também a lucrar com isso, recuperar seus ativos se for vítima e, geralmente, entender o que está acontecendo no mundo das finanças internacionais de alto valor, para que você possa tomar decisões mais bem informadas”.
Popularidade
O ministro da Justiça e Segurança Pública é aprovado por 54% da população brasileira, um desempenho superior ao do presidente Jair Bolsonaro, de acordo com pesquisa Datafolha.
Mais popular e mais bem avaliado entre os ministros do governo Bolsonaro, o ex-juiz da Operação Lava-Jato é considerado ótimo/bom por 54% dos entrevistados, enquanto 20% o consideraram ruim/péssimo e 24% o avaliam como regular.