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Brasil 86% dos pais querem que o ano letivo atual continue em 2021, revela pesquisa

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Simulação alerta para alta de contágio em dois meses de reabertura. (Foto: Agência Brasil)

Não é apenas o risco de contágio por coronavírus que aflige pais e mães de alunos prestes a retornarem às salas de aula em todo país. A medida em que o ano letivo avança, uma dúvida relacionada ao ensino também se alastra: “o quanto meu filho aprendeu durante a pandemia?” A resposta é complexa e depende de uma série de fatores – do acesso ao conteúdo ao grau de comprometimento com os estudos – mas é praticamente consenso que as aulas à distância diminuíram o rendimento escolar.

Uma pesquisa, encomendada pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures ao Instituto Datafolha, joga luz sobre esse e outros questionamentos e mostra que os responsáveis pelas crianças e adolescentes querem garantir que nenhum conteúdo fique para trás. Nada menos que 86% dos entrevistados defendem a continuidade do aprendizado previsto para 2020 durante o ano que vem.

“Seriam anos híbridos. O aluno progride mas faz o quarto ano junto com quinto, por exemplo”, explica Denis Mizne, presidente da Fundação Lemann. “A reprovação de todo mundo não faz sentido. Tem um custo altíssimo para o sistema, aumenta a evasão escolar brutalmente e vai ser muito frustrante diante do esforço de professores, alunos e famílias para oferecer alternativas de ensino durante a pandemia.”

Outras sugestões apontadas como alternativas para o aluno não perder totalmente o ano escolar tiveram adesão dos pais acima de 70%. São elas: continuidade das atividades virtuais em casa, em conjunto com as aulas presenciais (92%);  aulas aos sábados (76%); aulas em dias alternados, enquanto as restrições da quarentena ainda prosseguem (74%) e ter mais aulas por dia (73%).

O levantamento, realizado pelo Datafolha, entre os dias 7 e 15 de julho, ouviu 1.056 pais em todo o país por telefone, o que corresponde a 1.556 alunos, entre seis e 18 anos de idade, das redes estaduais e municipais de ensino de todas as regiões brasileiras.

A margem de erro observada foi de três pontos percentuais. A pesquisa é a terceira do gênero realizada pela organização e permite comparar os dados com resultados anteriores.

Os números mostram, por exemplo, que a tarefa de repor o conteúdo no ano que vem enfrentará grande obstáculos. Para 48% dos pais, os filhos estão menos envolvidos na escola do que o período anterior à pandemia e 18% consideram que eles perderam o interesse pelo estudo.

A falta de motivação passou de 46% em maio para 51% em junho. Já a percepção de que não há evolução no aprendizado saltou de 46% para 50%. “Não vai dar tempo de cobrir tudo, porque a gente perdeu muitas horas aula”, diz Mizne. “É preciso escolher o que ensinar. Identificar dentro da base nacional comum curricular quais são os pontos inegociáveis e priorizá-los”, completa.

A boa notícia é que as novas tecnologias se mostraram aliadas dos alunos e professores nas salas de aula. Ferramentas como formulários de exercícios on-line, controle de presença informatizado e encontros virtuais vieram para ficar.

A pesquisa revela que o desafio inicial de oferecer acesso aos conteúdos escolares foi cumprido com relativo sucesso: 82% dos alunos receberam atividades pedagógicas, sendo que 44% combinam material impresso com algum tipo de equipamento eletrônico (celular, computador, TV com acesso à internet ou rádio). Em maio, o número era de 74%.

A ideia de que as pessoas matriculadas nas redes públicas de ensino não teriam como acessar o material pedagógico não se mostrou tão verdadeira assim: 95% disseram ter ao menos um aparelho conectado à internet e 52% relataram ter quatro ou mais. O meio mais utilizado, de longe, é o celular – 72% realizaram as atividades pelo aparelho. Mais da metade dos alunos, 51%, tem celular próprio, enquanto 38% dividem com alguém da família.

Em contrapartida, 36% das famílias de todo Brasil disseram ainda não contar com conexão de banda larga em seus domicílios. Na região Norte, o número chega a 52%; no Nordeste é de 47% e no Centro-Oeste, 43%. Fatores como esse fazem com que o uso da tecnologia nas regiões mais afastadas ainda seja um empecilho para educação, enquanto 96% dos alunos realizaram algum tipo de atividade no Sul do País, apenas 62% dos estudantes do norte obtiveram o mesmo desempenho.

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