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Geral Mutações no coronavírus podem torná-lo mais mortal

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Com média de 1.823 óbitos por dia, Brasil vê curva há 8 dias em estabilidade. (Foto: Reprodução)

Uma das características dos vírus é a extraordinária capacidade de reprodução e, no processo, cópias com mudanças tendem a aparecer. Por isso, não foi surpresa quando o Sars-CoV-2, causador da covid-19, começou a gerar variantes à medida que se espalhava pelo mundo.

Hoje, existem cerca de 30 mil mutações conhecidas e acompanhadas de perto desde que coronavírus surgiu na cidade de Wuhan, na China. Dentre todas as cepas, 3 têm o potencial de mudar os rumos da pandemia e, por isso, são chamadas de Variants Of Concern (variantes de preocupação, ou VOC). Quanto mais o vírus se replica e se espalha, maiores as chances de variantes surgirem.

A velocidade de replicação do vírus não prima pelo cuidado em reproduzir seu código genético sem erros, o que acaba gerando mutações. Muitas são perdidas pela morte do vírus, outras são inócuas, mas uma parte é viável e torna o vírus mais resistente, a doença mais contagiosa, seu efeito mais mortal.

As variações se espalham e se acumulam, dada a velocidade de entrada do vírus nas células, que se reproduzem freneticamente e tomam o organismo, pulando de um indivíduo para outro. Esse é o grande desafio na produção de uma vacina.

Variante B.1.1.7

A primeira variante que suscitou preocupação entre os pesquisadores surgiu no Reino Unido: pouco antes do Natal de 2020, amostras colhidas de 2 pacientes mostraram que o coronavírus havia mudado, e muito. Foram registradas 23 mutações: 13 alteraram as sequências de proteínas do vírus, e 8, a proteína das espículas – as pontas da coroa do vírus responsáveis por fazê-lo se prender ao receptor ACE2 na membrana e infectar a célula.

A proporção da variante entre os casos de covid-19 começou a subir rapidamente nas semanas seguintes, o que levou os pesquisadores a perceber que o vírus havia adquirido uma mutação que o fazia ser capaz de se espalhar mais facilmente. Uma das mutações dessa variante, a N501Y, altera o aminoácido na posição 501 da sequência da proteína da espícula.

Essa troca aconteceu exatamente na região onde o vírus se liga ao receptor ACE2; em camundongos, a mudança mostrou que o vírus se tornou mais eficiente em se ligar à célula, tornando a doença mais infecciosa e virulenta. Outra mutação, chamada de P681H, aumentou a capacidade do vírus de se fundir à membrana e despejar seu conteúdo dentro da célula.

Essas e outras mutações elevaram a capacidade de transmissão do vírus em até 56%, contaminando a população de mais de 60 países – segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, deverá ser a cepa predominante do país até março. No Brasil, os primeiros dois casos foram detectados em São Paulo.

Mais mortes

Mesmo que em números relativos não haja evidências de que a B.1.1.7 aumente a gravidade da doença ou provoque mais mortes, a velocidade maior de contágio (e a superlotação das unidades de saúde) elevou o número total de casos mais graves e mortes, em números absolutos.

No último 21 de janeiro, o New and Emerging Respiratory Virus Threats Advisory Group (Grupo Consultivo de Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes – NERVTAG) disse que “há uma possibilidade realista de que a infecção por VOC B.1.1.7 esteja associada a um risco aumentado de morte”.

A preocupação então se voltou para as vacinas que estão sendo usadas para combater a pandemia, e sua eficácia contra a nova variante. Pfizer/BioNTech e Moderna, laboratórios que produzem as chamadas vacinas gênicas (baseadas em RNA mensageiro), já declararam que os imunizantes continuam eficazes frente à nova cepa.

Variante 501Y.V2

Um pouco antes de o mundo tomar conhecimento da B.1.1.7 varrendo o Reino Unido, autoridades sanitárias da África do Sul anunciaram que uma variante prevalecia entre os casos da doença relatados nas províncias de Eastern Cape, Western Cape e KwaZulu-Natal. A 501Y.V2 foi assim nomeada por ter uma das mutações encontradas na B.1.1.7 – aquela que aumenta a eficiência do vírus para se ligar à membrana da célula, aumentando a virulência da covid-19.

Foram detectadas nessa variante 21 mutações, incluindo a citada acima. Outras duas, porém, têm deixado especialistas preocupados quanto à resposta imunológica. As alterações (ambas nas proteínas das espículas) são conhecidas como K417N e E484K. Se a primeira torna a ação dos anticorpos menos eficaz, a segunda reduz a resposta imunológica em até dez vezes. As vacinas baseadas em RNAm, porém, ainda protegem quem recebe o imunizante, mesmo que haja queda na eficiência.

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