Terça-feira, 30 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 28 de junho de 2022
A Rússia afirmou nesta terça-feira (28) que sua ofensiva na Ucrânia vai parar quando o governo e o exército ucranianos se renderem. “A parte ucraniana pode acabar (com o conflito) no dia de hoje. Deve ordenar às unidades nacionalistas que entreguem as armas, ordenar aos soldados ucranianos que entreguem as armas e todas as condições estabelecidas pela Rússia devem ser aplicadas. Então, tudo terminará em um dia”, afirmou Dmitri Peskov, porta-voz de Vladimir Putin.
Segundo ele, não há prazo nem calendário definido pelos russos: “Nos orientamos com base nas declarações do nosso presidente”. Peskov reiterou que “a operação militar especial ocorre de acordo com os planos”, usando o eufemismo que a Rússia utiliza para se referir ao ataque à Ucrânia.
O porta-voz reagiu assim às declarações do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky aos líderes do G7 na segunda-feira, instando-os a fazer “o máximo possível” para encerrar o conflito antes do final deste ano.
A Rússia lançou uma ampla ofensiva militar contra a Ucrânia em 24 de fevereiro afirmando que busca “desmilitarizar” e “desnazificar” o país, denunciando um genocídio das populações de língua russa.
A feroz resistência das forças ucranianas levou Moscou a limitar seus objetivos, concentrando-se no leste do país, onde há combates sangrentos e um lento avanço das tropas russas.
As negociações de paz estão paralisadas há semanas, com cada lado culpando o outro pelo impasse.
A declaração acontece um dia após um bombardeio russo que matou pelo menos 18 pessoas em um shopping center em Kremenchuk, no Centro do país, segundo as autoridades ucranianas. O ataque pareceu renovar a determinação de Kiev. O presidente do país, Volodymyr Zelensky, pediu que a Rússia seja classificada por outras nações como um “Estado patrocinador do terrorismo”:
“Este foi um dos atos terroristas mais descarados da História europeia”, disse Zelensky.
Zelensky também pediu à ONU (Organização das Nações Unidas) que visite a área que foi alvo de um ataque com mísseis a um shopping center na cidade de Kremenchuk, ao se dirigir em videoconferência ao Conselho de Segurança da ONU nesta terça-feira (28). O líder ucraniano pediu ainda aos membros do Conselho, incluindo a Rússia, que guardassem um minuto de silêncio pelos mortos na guerra.
“Sugiro que as Nações Unidas enviem um representante especial, ou o secretário-geral da ONU, ou uma comissão plenipotenciária ao local deste ato terrorista para que a ONU possa colher informações de forma independente e ver que isso realmente foi um ataque com mísseis russos”, declarou Zelensky sobre o ataque de segunda-feira.
Um tanto surpresos, os 15 membros do Conselho de Segurança e as outras pessoas presentes na sala fizeram silêncio, segundo imagens difundidas pelo canal das Nações Unidas. As informações são da agência de notícias AFP.