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Política Lula e Bolsonaro apostam em estratégias diferentes para atrair “voto útil”

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Estratégia é arriscada e pode gerar efeito contrário. Para Bolsonaro, importa a soma dos votos válidos que não em seu principal adversário no primeiro turno

Foto: Reprodução
Petista libera ministros e acena com cargos, enquanto ex-mandatário tenta reverter votos. (Foto: Reprodução)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto, apostam em estratégias diferentes para atrair o “voto útil” de eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

Com o objetivo de eleger Lula já em 2 de outubro, a campanha petista tem se empenhado em antecipar os votos de eleitores que, em um eventual segundo turno contra Bolsonaro, optariam por Lula. Para isso, a campanha pretende usar a “defesa da democracia” na tentativa de convencer o maior número de eleitores.

Estratégia arriscada

Essa estratégia, no entanto, é arriscada e pode causar um efeito contrário, de acordo com o cientista político e presidente do conselho científico do Ipespe, Antonio Lavareda. Segundo ele, a costura de apoios de grande visibilidade, como o selado com a ex-ministra Marina Silva (Rede), “tem um apelo para o voto útil muito maior, mais legítimo e menos perigoso do que quando se faz apelos explícitos a esse voto útil”.

“As principais ‘vítimas’ desse eventual voto útil reagem com muita contundência e terminam fragilizando a narrativa do ex-presidente. Um ataque do Ciro ou de Simone é mais nocivo para a imagem do ex-presidente do que um ataque de Bolsonaro, que por definição é seu antípoda”, observa Lavareda.

“Pode ter um efeito contrário ao desejado, parecer, para os eleitores, uma deselegância, uma forma de tentar roubar voto dos outros e não conquistá-los de forma legítima”, acrescenta o cientista político Cláudio Couto, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Lavareda adverte que, ao falar abertamente sobre vitória no primeiro turno, o ex-presidente pode frustrar as expectativas do seu eleitorado.

“O maior risco é despertar no eleitor médio a expectativa da vitória no primeiro turno e, quando isso não se concretiza, você tem uma frustração no seu eleitorado, que começa a campanha do segundo turno com a moral baixa”, diz o cientista político.

Cortejando o eleitor

Enquanto Lula aposta em falar abertamente sobre o tema, Bolsonaro tenta antecipar o voto estratégico dos que preferem ele a Lula adotando uma postura “moderada”.

“Quando o presidente diminui o tom da sua campanha, das suas declarações, começa a pedir desculpas pelas declarações infelizes que fez, ele está cortejando exatamente esse eleitor [que, no segundo turno contra Lula, escolheria ele]. (…) Está desenvolvendo estratégias que não falem abertamente em voto útil, é uma postura mais consciente, menos perigosa”, diz o presidente do conselho científico do Ipespe.

Não faz diferença

Para o segundo colocado nas pesquisas, agregar votos estratégicos de outros candidatos não altera uma eventual ida ao segundo turno já que, para levar a eleição ao dia 30 de outubro, basta que o primeiro colocado não tenha mais de 50% dos votos válidos.

Por isso, Couto observa que não seria um “voto útil”, mas um voto estratégico. “É um voto estratégico. Eu voto não na minha primeira opção, mas na minha segunda opção por entender que ela será mais bem-sucedida lá na frente. Esse que projeta a próxima rodada do jogo é um tipo de voto estratégico. O0 voto útil é outro tipo de voto estratégico”, diz Couto.

Já Antônio Lavareda, do Ipespe, considera que esse tipo de voto no atual presidente também é um tipo de voto útil. “Esses eleitores, vendo a disputa muito estreita, podem se ver tentados a antecipar essa preferência do segundo turno para o primeiro turno”, afirma Lavareda.

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https://www.osul.com.br/lula-e-bolsonaro-apostam-em-estrategias-diferentes-para-atrair-voto-util/ Lula e Bolsonaro apostam em estratégias diferentes para atrair “voto útil” 2022-09-16
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