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Mundo Informações sigilosas e até segredos nucleares foram encontrados na casa do ex-presidente Donald Trump, o 1º na história dos Estados Unidos a responder por crime federal

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O republicano é o primeiro ex-ocupante da Casa Branca a virar réu federal. (Foto: Reprodução)

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump virou réu em uma audiência na Justiça federal na cidade de Miami, no Estado da Flórida, depois de ouvir formalmente as acusações de crime contra ele, nessa terça-feira (13).

Trump declarou-se inocente das 37 acusações de que pôs em risco segredos de Estado e obstruiu a Justiça de recuperar documentos sigilosos que armazenou ilegalmente consigo ao deixar o poder em janeiro 2021. O republicano é o primeiro ex-ocupante da Casa Branca a virar réu federal, e seus imbróglios com a Lei devem ser protagonistas na disputa presidencial de 2024.

Trump chegou ao fórum no centro de Miami por volta das 14h (15h no Brasil), depois de postar em suas redes sociais que este é “um dos dias mais tristes da História do nosso país” e afirmar que o promotor especial responsável pelo caso, Jack Smith, é um “lunático” e “ladrão”. O ex-mandatário foi fichado cerca de 15 minutos depois, com suas digitais colhidas e postas no sistema — foi poupado, contudo, de ter sua fotografia tirada. Logo depois seguiu para a audiência no 13º andar do Tribunal Distrital Federal da cidade:

“Nós certamente declaramos que somos inocentes”, disse o advogado Todd Blanche, após o juiz Jonathan Goodman perguntar como Trump se declarava.

Vestindo um terno escuro e uma gravata vermelha, cor associada ao Partido Republicano, Trump manteve-se em silêncio e com os braços cruzados enquanto Goodman lia as acusações. Seu assessor, Waltine Nauta, que responde por cinco acusações por ajudar o ex-presidente a esconder os documentos, também estava no banco dos réus.

Trump não precisará entregar seu passaporte, não terá limitações de viagem e foi liberado sem precisar pagar fiança. Haverá, contudo, uma lista de testemunhas com quem o ex-presidente não poderá comentar sobre o assunto. Após a audiência, ele deve embarcar em um avião e voltar para seu campo de golfe em Bedminster, Nova Jersey, onde há previsto um pronunciamento nesta noite.

A investigação de mais de um ano comandada por Smith constatou que o ex-presidente pôs em risco informações sigilosas — entre eles um “plano de ataque” contra o Irã e segredos sobre programas nucleares — ao armazenar os materiais em lugares como um chuveiro e e um salão de baile em seu resort de Mar-A-Lago, na Flórida. Além disso, é acusado de compartilhá-los com pessoas sem autorização e dar ordens para que fossem escondidos das autoridades.

Ao todo, são 31 acusações de violar a Lei de Espionagem com a “retenção proposital” de documentos— cada uma referente a um documento sigiloso que armazenava irregularmente. As outras seis são referentes à posse dos materiais, à conspiração para obstrução de Justiça após se recusar a entregá-los mesmo após intimação judicial e às mentiras que contou aos investigadores.

Câmeras foram extraordinariamente banidas de dentro do tribunal de Miami, e repórteres foram vetados até mesmo de fazer anotações. Do lado de fora do prédio, há um até agora pequeno número de apoiadores que respondeu ao chamado do ex-presidente para protestar contra as acusações, que afirma ser um “caça às bruxas” do Departamento de Justiça e do presidente Joe Biden. Autoridades locais ressaltam, ainda assim, que há preocupações com a segurança.

Os passos são similares aos que Trump tomou em abril, quando fez História ao se tornar o primeiro ex-presidente americano a virar réu depois que foi acusado pela Justiça estadual nova-iorquina pela falsificação de registros comerciais antes das eleições presidenciais de 2016 — entre eles, o suposto suborno de US$ 130 mil da atriz pornô Stormy Daniels para abafar um caso extraconjugal que mantiveram dez anos antes, e que ele sempre negou. Na ocasião, o ex-presidente declarou-se inocente em Manhattan e voou para a Flórida, onde fez um pronunciamento.

Ambos julgamentos devem coincidir com a corrida eleitoral, mas os problemas de Trump com a Justiça podem não parar por aí. Ele é alvo de uma outra investigação no estado da Geórgia por ter demandado que as autoridades eleitorais “encontrassem” os votos necessários para reverter a vitória de Biden em 2020. Há ainda em curso uma investigação federal também comandada por Smith sobre o 6 de janeiro de 2021, quando turbas incitadas pelo então presidente Trump invadiram o Capitólio durante a sessão que confirmaria a vitória de Biden, etapa derradeira antes da transferência de poder.

A Casa Branca tenta se distanciar das acusações, buscando minimizar as oportunidades de ser acusada de politizar o processo judicial. Assim que Trump chegou ao tribunal, por exemplo, a porta-voz da Presidência americana, Karine Jean-Pierre, se recusou a comentar o tema.

Apoio

No Partido Republicano, dominado pelo trumpismo desde que o então apresentador de televisão e magnata imobiliário surpreendeu e venceu as primárias da legenda em 2016, o apoio ao ex-presidente é quase unânime. Até mesmo seus adversários na disputa pela indicação partidária para o pleito do ano que vem saíram a favor de seu maior adversário — segundo o agregador de pesquisas RealClearPolitics, Trump tem 52,7% da intenção de voto dos eleitores republicanos nas primárias. O governador da Flórida, Ron DeSantis, é o segundo colocado com 22%.

O consenso entre os correligionários é que o custo-benefício de explorar politicamente os imbróglios judiciais do líder nas pesquisas não é positivo. Diante da imensa polarização americana, o risco de parecer traidor ou alinhado aos democratas é fator predominante na equação.

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