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Porto Alegre Entenda como o relevo de Porto Alegre e as marés de tempestade travam o escoamento da água

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Especialistas defendem pacto entre municípios, Estados e União para projetos que preparem cidades contra eventos climáticos extremos. (Foto: Reprodução)

O relevo de Porto Alegre é um ponto-chave para entender o acúmulo de água que causa enchentes na Região Metropolitana da capital do Rio Grande do Sul. Em um cenário de chuvas intensas e constantes há cerca de duas semanas, o Guaíba bateu a máxima histórica de 5,33 metros, no último dia 4.

Após o nível do Guaíba e as inundações por Porto Alegre diminuírem, as águas voltaram a subir devido às chuvas que caíram no Vale do Taquari no fim de semana. De lá, do rio Taquari, as águas escorrem para o Guaíba, que já sofre com os impactos dos últimos temporais e atingir novo nível recorde até esta terça-feira (14). Projeções da UFRGS esperam que o nível suba para 5,50 m.

Em todo o Estado, 450 de 497 municípios foram atingidos pelo desastre climático. A tragédia causou 147 mortos e deixou 127 desaparecidos até a noite dessa segunda-feira (13).

Juntamente com o relevo da capital, também contribuíram para a gravidade do cenário da Grande Porto Alegre causado pelas chuvas extremas:

* a formação topográfica das regiões no entorno da região metropolitana;
* a bacia hidrográfica da área;
* o efeito das tempestades no Oceano Atlântico.

Entenda o papel que cada um desses elementos teve na maior enchente da história no Rio Grande do Sul.

Características geográficas dificultam escoamento da água no RS; entenda

Topografia e relevo

Porto Alegre está localizada em uma planície, ou seja, em um território plano. Esse tipo de relevo é comum em áreas que ficam a poucos metros do nível do mar, que é exatamente o que acontece ali, já que a cidade tem uma altitude média de 10 metros.

Gramado, por exemplo, fica 850 metros acima metros do nível do mar, e São José dos Ausentes, município mais alto do RS, está a quase 1,2 mil metros de altitude.

Segundo Rualdo Menegat, coordenador-geral do Atlas Ambiental de Porto Alegre e professor titular do Instituto de Geociências da UFRGS, alguns pontos da cidade são ainda mais baixos e ficam no nível do Delta do Jacuí.

É o caso da zona norte do município, onde fica o Aeroporto Internacional Salgado Filho, que alagou e ficará fechado por tempo indeterminado, com todas as operações suspensas.

Hidrografia da região

Além de ter um território baixo, a capital do Estado é circundada de um lado por 40 morros, e limitada de outro lado pela orla fluvial do lago Guaíba.

Em resumo, o lago que passa por Porto Alegre recebe a água dos rios e da chuva que cai na região central do estado antes de desaguar no oceano.

O especialista explica que os rios que formam o Delta do Jacuí e originam o Guaíba fluem em alta velocidade por causa da altitude de seus cursos. Normalmente, isso ajuda o Guaíba a desaguar na lagoa e seguir fluxo para o mar.

No entanto, com as fortes chuvas e as cheias dos rios da região, o lago está recebendo mais água do que o normal. Isso fez com que ele ultrapassasse sua cota de inundação — que é de 3 metros.

Nível do oceano

Assim como os rios do Delta do Jacuí, o Oceano Atlântico também está sendo afetado pelas fortes chuvas e tempestades de ventos que atingem o Rio Grande do Sul, o que dificulta o escoamento da água.

“Os ventos fortes formam marés de tempestade. Isso faz o mar ‘crescer’, subindo o nível em até 2 metros a depender da configuração da praia. No caso do que acontece aqui no Rio Grande do Sul, o mar fica mais alto do que o nível de escoamento da Lagoa dos Patos, impedindo que o excesso de água seja despejado no mar”, diz Menegat.

Como resultado, a água do lago Guaíba e dos rios que o alimentam continua empossada em Porto Alegre e nas cidades vizinhas de baixa altitude. Com as chuvas constantes e a velocidade do fluxo da água, o nível sobe em minutos e deixa cidades submersas em questão de horas.

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