Quinta-feira, 27 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2025
Ambos os militares foram condenados no caso da trama golpista. Na foto, Augusto Heleno (E) e Paulo Sérgio Nogueira
Foto: DivulgaçãoA Polícia Federal (PF) e o Exército prenderam os ex-ministros do governo Jair Bolsonaro e generais do Exército Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira.
Os dois foram presos e encaminhados para o Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília. Augusto Heleno é ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e Nogueira é ex-ministro da Defesa.
A decisão ocorre após o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar o trânsito em julgado da trama golpista. Ou seja, o STF entendeu que não cabem mais recursos e abriu caminho para a execução das penas na prisão.
— Veja as condenações dos dois réus:
* Augusto Heleno: condenado a 21 anos de prisão.
* Paulo Sérgio Nogueira: condenado a 19 anos de prisão.
O STF decretou formalmente que o caso encerrado para os seguintes condenados, além de Bolsonaro:
* Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
* Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro.
Esses três são os condenados que não apresentaram os segundos embargos de declaração (tipo de recurso), cujo prazo terminou na segunda (24).
Segundo o Estatuto dos Militares, militares da ativa ou da reserva condenados por crime militar devem cumprir pena em instalações militares – e não, em presídios comuns.
Por isso, o Comando Militar do Planalto foi indicado para receber Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira – ambos, generais do Exército.
O advogado especialista em Ciências Criminais Berlinque Cantelmo explica que o benefício não é automático – e, apesar do que diz a lei, não está restrito aos condenados por crimes militares.
Quando um militar é condenado por “crime comum” – aqueles do Código Penal, pelos quais qualquer cidadão pode responder –, a regra geral é o envio a uma penitenciária comum.
No entanto, a jurisprudência admite exceções. Por exemplo: quando há risco à integridade física; quando há potencial instabilidade institucional; quando é difícil acomodar aquele preso no sistema prisional comum.
Condenados
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Augusto Heleno, ex-chefe do GSI; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Walter Braga Netto, general e ex-ministro; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens (delator; cumpre pena domiciliar de 2 anos); Bolsonaro já está preso, mas em outro caso.
Bolsonaro permanece na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, desde sábado (22). A prisão, porém, não tem relação direta com o processo do golpe.
Ele está detido em prisão preventiva, decretada por Moraes após a PF apontar dois fatos:
* violação da tornozeleira eletrônica que ele usava em prisão domiciliar;
* risco de fuga, reforçado pela convocação de uma vigília religiosa pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), na porta da casa do ex-presidente.
Segundo Moraes, a combinação dos eventos poderia abrir caminho para uma “estratégia de evasão”, semelhante à já observada em outros aliados do ex-presidente.
A defesa afirma que Bolsonaro sofreu “confusão mental e alucinações” provocadas por interação de medicamentos e que não houve tentativa de fuga.