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Por Redação O Sul | 22 de abril de 2017
O ex-superintendente da empreiteira Odebrecht no Rio de Janeiro, Leandro Andrade Azevedo, afirmou ao MPF (Ministério Público Federal) que o ex-governador Anthony Garotinho negociou pessoalmente pagamentos de dinheiro de caixa 2 em um escritório na Glória, na Zona Sul do Rio, onde também funciona a sede da empresa Palavra de Paz – que comercializa artigos religiosos pela internet.
O político teria solicitado R$ 20 milhões para sua campanha ao governo do Estado, em 2014, e para sua mulher, Rosinha Garotinho, que concorreu à prefeitura de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, em 2008 e 2012.
Segundo o executivo, que fez acordo de delação premiada no âmbito da operação Lava-Jato, Garotinho teria pedido R$ 5 milhões para a campanha de Rosinha em 2008, quantia igual para a disputa seguinte, em 2012, e outros R$ 10 milhões para sua campanha ao governo em 2014. Parte do valor teria sido repassada na forma de doações oficiais de campanha, enquanto outra quantia era caixa 2.
Leandro relata aos procuradores que em 2008 foi chamado por Benedicto Júnior, seu superior na construtora e também delator da Lava Jato, para uma reunião, na qual foi apresentado a Garotinho. O encontro teria ocorrido em maio de 2008, no escritório da empresa Palavra de Paz, onde os executivos foram recebidos pelo ex-governador e teriam acertado os repasses.
O executivo diz ainda que cerca de uma semana depois dessa reunião, voltou ao local sozinho para outro encontro com Garotinho, no qual detalhou o planejamento para fazer os pagamentos.
Garotinho teria indicado duas pessoas que ficariam responsáveis por receber o dinheiro. Segundo Leandro, de maio a setembro de 2008 foram entregues a esses emissários cerca de R$ 1,5 milhão.