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Brasil Usando um drone, pesquisadores encontraram peças nos escombros do Museu Nacional no Rio de Janeiro

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Polícia Federal mapeia áreas destruídas do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) usaram um drone, nesta quinta-feira (6), para tentar localizar peças que estejam visíveis para que possam ser recolhidas quando o Corpo de Bombeiros, que monitora estabilidade do prédio histórico do Museu Nacional, e a Polícia Federal, responsável pela perícia para descobrir as causas do incêndio que destruiu o imóvel de 200 anos, liberarem o acesso de equipes de resgate.

O drone não se limita a sobrevoar o prédio. Ele está sendo usado para entrar em salas e captar imagens de objetos. O equipamento já registrou peças de paleontologia e de minerais que estão sobre os escombros e que podem ser recolhidas com mais facilidade. A informação é do diretor adjunto administrativo do museu, Wagner Martins.

Escavações coordenadas por arqueólogo

Ele informou também que as escavações para procurar peças que estejam sob os escombros será coordenada por um arqueólogo. Ele está treinando funcionários voluntários do museu e da UFRJ para fazer escavações nos escombros com o cuidado necessário para não danificar peças históricas que possam estar escondidas.

Tapumes para cercar o prédio

Wagner Martins disse também que serão instalados tapumes para cercar o prédio histórico e evitar saques quando o Corpo de Bombeiros e a Polícia Federal deixarem no local. O trabalho será feito com os R$ 10 milhões destinados pelo Ministério da Educação para a reforma do Museu Nacional.

Futuro acervo

Ainda falta muito para a reconstrução do Museu Nacional, mas o acervo do que será exposto já conta com um milhão de itens, além do que será doado nos próximos meses. Essa parte da coleção, de 20 milhões de peças, não foi destruída pelo incêndio do último domingo (2). Estavam em anexos do Museu que não foram atingidos pelas chamas.

“São coleções de botânica, de vertebrados e de invertebrados, além de biblioteca com 500 mil livros de mais de 150 anos”, disse nesta quinta-feira (6) Cristiana Serejo, vice-diretora do museu.

Cristiana disse que o Museu Nacional recebeu série de ofertas de outras instituições e museus até do exterior para que o espaço volte a funcionar. E que a direção vai avaliar essas ofertas.

Cristiana lembrou que grande parte das pesquisas foi salva, já que os departamentos tinham backup do material, e um dos servidores não foi danificado pelo incêndio.

Digitalização

Nas coleções do Museu Nacional mais atingidas pelo incêndio de domingo (2) —as de invertebrados, paleontologia e antropologia—, cada item é insubstituível, dizem pesquisadores.

“Nenhum arquivo digital, molde, fotografia, imagem tomográfica pode tomar o lugar do que foi perdido”, resume a bioantropóloga Mercedes Okumura, que coordena o Laboratório de Estudos Evolutivos e Ecológicos Humanos da USP e trabalhou no Museu Nacional até junho. “Podemos fazer mais trabalho de campo e coletar novos espécimes, mas eles nunca vão substituir as coleções originais.”

Em áreas como essas, é praticamente impossível recuperar todos os detalhes informativos de um espécime físicos por meios virtuais. Além disso, itens de museu bem preservados permitem estudos detalhados de composição química ou mesmo genética, coisas que um objeto escaneado, ou mesmo reproduzido numa impressora 3D, não é capaz de proporcionar.

Do acervo de cultura indígena do museu, grande parte de documentos importantes do etnólogo alemão Curt Nimuendajú e as gravações do antropólogo brasileiro Edgar Roquette-Pinto permaneceram intactas, pelo menos virtualmente, graças a iniciativas de digitalização, segundo Carlos Fausto, pesquisador do Museu Nacional.

Ainda não é possível estimar o volume da perda, mas Edmundo Pereira, chefe do departamento de antropologia do Museu Nacional, afirma que há grandes chances de que os itens de culturas africanas, americanas e asiáticas tenham sido destruídos.

As coleções etnográficas somavam cerca de 42 mil itens, dos quais 30 mil eram indígenas, referentes a 300 povos.

No setor de linguística, parte do acervo também está digitalizado, de acordo com Bruna Franchetto, pesquisadora da área no museu, mas não há informações precisas sobre o conteúdo ou a que porcentagem corresponde do total.

No material que estava principalmente no Celin (Centro de Documentação de Línguas Indígenas), havia arquivos sobre as línguas indígenas faladas no Brasil, hoje mais de 160, incluindo as consideradas já extintas.

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https://www.osul.com.br/usando-um-drone-pesquisadores-encontraram-pecas-nos-escombros-do-museu-nacional-no-rio-de-janeiro/ Usando um drone, pesquisadores encontraram peças nos escombros do Museu Nacional no Rio de Janeiro 2018-09-06
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