Terça-feira, 30 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
20°
Light Rain with Thunder

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Evo Morales anuncia sua candidatura ao quarto mandato consecutivo como presidente da Bolívia

Compartilhe esta notícia:

No poder desde 2006, Morales ficará no poder até 2025 se for reeleito. (Foto: Jose Lirauze/ABI/Fotos Públicas)

O presidente boliviano, Evo Morales, inscreveu na quarta-feira sua candidatura nas próximas eleições presidenciais do país, numa tentativa de permanecer no cargo até 2025, no que seria o seu quarto mandato consecutivo. Seus opositores acusaram o presidente de tentar se perpetuar no poder, e anunciaram uma “dura briga eleitoral”.

Primeiro indígena a ocupar a Presidência boliviana, Morales, de 59 anos, tem mandato até 2020, mas espera conquistar um quarto mandato nas eleições — agendadas para outubro do ano que vem — como candidato do MAS (Movimento ao Socialismo).

“O MAS é um movimento político que não pode ser contido no combate àqueles que defendem o capitalismo e o imperialismo”, afirmou Morales, presidente desde 2006, diante de uma multidão que o acompanhou ao Tribunal Supremo Eleitoral. “Enquanto o povo se mantiver unido, continuará derrotando as políticas que tanto dano causaram à economia boliviana.”

Ex-líder cocaleiro, Morales — que em seu discurso defendeu a nacionalização da economia e rechaçou a privatização dos recursos naturais bolivianos — foi eleito pela primeira vez em 2006, e reeleito em 2010 e 2014.

Em 2009, promulgou uma Constituição que estabelecia o limite de dois mandatos consecutivos de cinco anos para os presidentes. Na tentativa de conquistar uma nova reeleição, convocou, em 2016, um referendo nacional. A reforma constitucional, no entanto, foi rechaçada pelo eleitorado boliviano.

Ainda assim, no final de 2017, o Tribunal Constitucional do país determinou que o limite de dois mandatos presidencial era “uma violação dos direitos humanos”, e autorizou uma nova candidatura de Morales à Presidência.

Um dos principais opositores de Morales, o empresário Samuel Doria Medina, anunciou que não concorrerá à Presidência, para ajudar candidatos opositores com mais chances de derrotar Morales. Segundo as pesquisas, o ex-presidente Carlos Mesa surge como o nome mais forte da oposição boliviana para as eleições.

Bolsonaro e a Bolívia de Morales

Governada sob visão diametralmente oposta à do presidente eleito brasileiro, Jair Bolsonaro, a vizinha Bolívia se prepara “com cautela” para uma “nova dinâmica” nas relações bilaterais e na negociação do gás, principal item da pauta comercial entre os dois países.

A avaliação é de analistas e pessoas próximas ao governo de Evo Morales, presidente há 12 anos e único remanescente do grupo de líderes de esquerda eleitos no continente sul-americano no início do novo milênio – Hugo Chávez, da Venezuela, Rafael Correa, do Equador, José ‘Pepe’ Mujica, do Uruguai, e Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil.

“Há um presidente legalmente eleito e, apesar das diferenças ideológicas, devemos nos interessar pela América do Sul”, escreveu Morales no Twitter após a vitória de Bolsonaro.

Essas diferenças ficam claras não só nas redes sociais como também nos discursos em que Morales costuma homenagear personagens da política latino-americana como o ex-guerrilheiro argentino Ernesto “Che” Guevara; o ex-presidente chileno Salvador Allende, o socialista atingido pelo golpe militar de Augusto Pinochet, em 1973; e Lula que, nas suas palavras, é “vítima de perseguição judicial”.

A Bolívia tem cerca de 11 milhões de habitantes e, embora seja um dos países mais pobres da América do Sul, é um dos que mais crescem no continente.

De acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), a economia boliviana crescerá 4,3% em 2018, muito superior ao índice de crescimento de 1,4% previsto para o Brasil, da queda de 2,6% estimada para a Argentina ou da brutal recessão histórica de 18% na Venezuela.

O crescimento boliviano não apenas deverá ser o segundo maior da região neste ano, segundo o FMI, (praticamente equiparado ao Paraguai, com previsão de 4,4%) como também vem se mostrando constante ao longo das últimas duas décadas, apesar de uma desaceleração em relação ao pico e tem sido feito com melhoria na distribuição de renda.

Segundo observadores, uma das explicações para os destinos díspares da Venezuela e da Bolívia, apesar das políticas socialistas adotadas nos dois países e da dependência da exportação de uma commodity, é o controle de gastos. Na Bolívia, o governo adotou um grau maior de prudência e não gastou além da conta nos tempos de bonança, como fez Hugo Chávez.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Um arcebispo alemão contou que Michael Schumacher está em estado vegetativo
Donald Trump cancela seu encontro com Vladimir Putin em Buenos Aires em retaliação pela apreensão de navios ucranianos
https://www.osul.com.br/evo-morales-anuncia-sua-candidatura-ao-quarto-mandato-consecutivo-como-presidente-da-bolivia/ Evo Morales anuncia sua candidatura ao quarto mandato consecutivo como presidente da Bolívia 2018-11-29
Deixe seu comentário
Pode te interessar