Sábado, 04 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 24 de outubro de 2019
A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, anunciou que enviará uma missão ao Chile para acompanhar a situação em meio aos protestos e distúrbios que ocorrem por todo o país, seguindo a solicitação feita a ela por parlamentares da oposição e do presidente Sebastián Piñera.
“Depois de monitorar a crise desde o início, decidi enviar uma missão de verificação para examinar as queixas de violações dos direitos humanos no Chile. Parlamentares e governo manifestaram interesse em receber uma missão”, disse a ex-presidente chilena em comunicado.
A confirmação de Bachelet veio minutos depois que o ministro das Relações Exteriores, Teodoro Ribera, informou que Sebastián Piñera a contatou para pedir que enviasse pessoal. “O presidente também ratificou seu interesse em proporcionar o maior acesso a essas pessoas. O presidente também chamará pessoalmente o Alto Comissário para ratificar sua disposição de facilitar o acesso dessas pessoas onde desejarem”, afirmou o ministro.
Mais manifestações
O Chile enfrenta um novo dia de manifestações nesta quinta-feira (24), depois dos dias de tumultos sociais que totalizam 18 mortes e que não parecem ceder, em um país onde muitos querem voltar à vida normal, enquanto outros optam por continuar nas ruas em busca de uma mudança profunda no sistema econômico. Nesta noite, a região metropolitana de Santiago e diversas outras regiões passarão mais uma vez por toque de recolher.
A CUT (Central Única de Trabalhadores) e cerca de 20 organizações sociais convocaram um segundo dia de paralisação nesta quinta-feira, mas, pela manhã, muitos habitantes foram trabalhar no centro de Santiago, e o comércio abriu timidamente suas portas.
“O que o presidente Piñera fez até agora é polarizar e estressar o país. Hoje temos jovens nas ruas com um rifle nas mãos contra seus compatriotas”, criticou Barbara Figueroa, presidente da CUT, o sindicato mais poderoso do Chile.
Durante a noite, no quinto dia de toque de recolher, os tumultos se acalmaram no centro de capital, embora na periferia a situação permanecesse tensa, com saques e incêndios que não param. O país está em estado de emergência e com milhares de pessoas e militares nas ruas.