Sexta-feira, 04 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2020
A Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo) manifestou, na quinta-feira (11), seu repúdio ao treinador e gestor da Liga Sorocabana de Basquete, Rinaldo Rodrigues, após ele ter aparecido em seu perfil no Instagram utilizando um filtro que o transformava em Adolf Hitler.
Ao ser questionado pela Federação sobre a publicação, o técnico justificou que se tratava de uma “brincadeira” por causa do corte de seu cabelo, que estaria semelhante ao do ditador alemão, que matou cerca de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
A Fisesp considerou o gesto de Rinaldo Rodrigues como “indesculpável” e declarou que não vai tolerar o que treinador chamou de “brincadeira”, já que se trata de um tema sensível a toda a comunidade judaica.
“Trata-se de uma atitude indesculpável e que merece toda forma de condenação possível. Não toleraremos ‘brincadeiras’ com temas tão sensíveis para todos nós”, avaliou a entidade, que ainda informou estar tomando medidas em relação ao acontecimento, por meio de seu corpo jurídico.
Show de comédia
No mês passado, a Confederação Israelita do Brasil e a Fisesp enviaram mensagens a Lea Maria Jahn e ao Clube do Minhoca, uma casa de shows de comédia do centro de São Paulo, em razão de uma apresentação ocorrida naquele local.
Naquela ocasião, conforme diz a carta endereçada à artista, ao fazer referência à sua origem alemã e ao antissemitismo, ela trouxe à lembrança, de forma inapropriada e vulgar, tristes situações da época do Holocausto como tema de piadas capazes de ferir e magoar suas vítimas.
“Ambas as instituições ressaltam que a apresentação está circulando em diversas redes sociais e grupos em diversas plataformas populares, às quais têm acesso sobreviventes do Holocausto e seus familiares”, afirmam Conib e Fisesp.
“Manifestando repúdio ao tipo de comédia escolhido, solicitam a publicação de desculpas aos ofendidos. Já ao estabelecimento, mensagem de semelhante teor foi endereçada, explicando as razões que levam à manifestação de repúdio. Aos responsáveis é pedido um posicionamento claro e a retratação”, dizem as entidades.
Racismo
Também na quinta-feira, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) assinou um documento em apoio a movimento em defesa de populações marginalizadas e contra o racismo, em reação à brutal morte de George Floyd pela polícia nos EUA. O documento foi trazido pelo Babalaô Ivanir dos Santos, com quem a Conib mantém relações e parcerias na luta contra o racismo no Brasil. A Fierj e a Fisesp também apoiaram.