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Por Redação O Sul | 9 de julho de 2020
A Gol informou nesta quinta-feira (9), em relatório preliminar de desempenho no mês de junho, que prevê devolver sete aviões modelo Boeing 737-800 no segundo semestre deste ano. Na primeira metade de 2020, a companhia reduziu a sua frota em 11 aviões B737-800.
A companhia disse que pode reduzir sua frota em mais 30 aviões nos próximos dois anos, se for necessário. Isso porque a empresa tem flexibilidade nos contratos para devolver as aeronaves se a demanda estiver fraca.
A empresa também cortou os recebimentos do Boeing 737 Max para 2020 a 2022 em 47 unidades, e reduziu os investimentos para R$ 280 milhões entre julho e dezembro, com planos de financiar totalmente o investimento e a revisão de motores remanescentes em 2020.
A aérea fechou junho com uma frota total de 130 aviões Boeing 737. Desse total, 27 estavam operando na malha aérea. As operações foram iguais a 13% do nível de operações de junho de 2019, aumentando para 17% no final do período com a reabertura de cinco bases, assim como o aumento de voos entre São Paulo e Rio de Janeiro.
Em junho, a Gol informou que passou a oferecer 120 voos diários, aumentando as frequências nos aeroportos de Guarulhos, Galeão e Brasília. Em julho, a Gol aumentou a oferta para aproximadamente 250 voos por dia, o que corresponde a 25% do realizado no mesmo mês do ano passado. A Gol vai operar com 36 aviões em julho e planeja reabrir operação em 14 aeroportos.
Com o aumento dos voos, a Gol prevê elevar sua capacidade em 300% no terceiro trimestre em comparação com o segundo trimestre e aumentar mais 120% no quarto trimestre, em comparação ao terceiro trimestre.
A companhia informou ainda que fechou o segundo trimestre do ano com uma dívida líquida equivalente a 4,1 vezes o seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), excluindo despesas não operacionais e não recorrentes. A Gol informou que amortizou aproximadamente R$ 656 milhões de dívida no trimestre.
Latam
A Latam Airlines enviou uma carta aos arrendadores de suas aeronaves pedindo que assinem um acordo para liberar a unidade brasileira do grupo de pagar os aluguéis de seus aviões e qualquer taxa de juros até 7 de setembro, sob pena de cancelar contratos e abandonar aeronaves. A solicitação inclui a possibilidade de o prazo se estender por mais 30 dias.
O pedido é similar ao que o grupo havia feito à Justiça dos Estados Unidos em relação a 20 aeronaves, em maio. A lei americana permite que, sob autorização do magistrado, uma companhia aérea rejeite ou abandone as aeronaves alugadas, se elas se tornarem excessivamente onerosas em meio à recuperação judicial. No Brasil, porém, isso não é permitido.
A companhia aluga no Brasil apenas 18 jatos e a carta enviada aos arrendadores nesta quinta inclui todos eles. Por mês, a empresa gasta cerca de US$ 6 milhões (R$ 31 milhões) com a locação dessas aeronaves. Os outros aviões que a Latam utiliza no País têm contratos de arrendamento feitos pela empresa no Chile.
O documento assinado pelo vice-presidente sênior de finanças, Ramiro Alfonsín, comunica também a decisão de incorporar a Latam Brasil na recuperação judicial (chapter 11) do grupo nos Estados Unidos, anunciada nesta quinta.
O grupo Latam e suas afiliadas no Chile, no Peru, na Colômbia, no Equador e nos Estados Unidos pediram proteção contra credores em Nova York em 26 de maio, mas a unidade brasileira havia ficado de fora porque aguardava a negociação de um empréstimo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).