Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de maio de 2019
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) declarou que o herbicida glifosato “provavelmente não é cancerígeno para os humanos”, mas recomendou uma nova rotulagem para reduzir os riscos ecológicos, em particular as borboletas.
“A EPA não identificou nenhum risco de saúde pública relativo ao uso atual do glifosato”, declarou Andrew Wheeler, administrador da agência, em um comunicado.
A EPA propõe, em troca, que as etiquetas advirtam a partir de agora para o risco de o produto pode representar para os polinizadores no ar, especialmente para a borboleta monarca.
A partir de agora, as etiquetas nos Estados Unidos terão que indicar que não se pode pulverizar o produto no ar a menos de 3 metros dos cultivos se o vento ultrapassar 24 km/h.
Em solo, a pulverização não poderá ser efetuada mais de 1,2 metro acima das plantas e o aparelho não poderá pulverizar com gotas muito pequenas.
A EPA também propõe que bocais de pulverizadores soltem gotas mais finas. O órgão afirmou que discutiu as propostas com produtores de glifosato, que não se opuseram.
A agência considera que o produto apresenta um nível de “toxicidade fraca” para abelhas e “riscos potenciais” para plantas e aves.
Após um período de consultas públicas, a agência publicará sua regulamentação definitiva no final de 2019.
A agência também reiterou sua posição de que o glifosato é seguro para humanos quando usado da forma correta e que o defensivo não causa câncer. “As conclusões científicas da agência sobre o risco para a saúde humana são consistentes com as avaliações científicas de muitos outros países e agências federais”, dizem oficiais da EPA.
No momento, há mais de 13 mil processos afirmando que há ligação do glifosato – comercializado sob a marca Roundup, da Bayer – com o câncer.
Um tribunal da Califórnia condenou a empresa a pagar US$ 78,5 milhões em indenização a um ex-jardineiro, enquanto um júri de São Francisco condenou a companhia a pagar indenização de cerca de US$ 80 milhões em outro caso.
O glifosato foi desenvolvido pela empresa americana Monsanto, adquirida em 2018 pelo grupo alemão Bayer.
Em 2015, o centro internacional de pesquisa sobre o câncer, um organismo que depende da Organização Mundial da Saúde (OMS), considerou que o produto “provavelmente” era cancerígeno.