Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por adm | 14 de novembro de 2019
Desde a campanha eleitoral ao governo do Estado, em 1994, este colunista pergunta aos candidatos sobre medidas concretas para o reequilíbrio das contas públicas. Costumam ter pouco a dizer. As respostas variam entre silêncio e evasivas. Sem mais oxigênio, porque todas as fontes se esgotaram e está em vigor o decreto de calamidade financeira, o Executivo anunciou ontem o pacote denominado Reforma dos Servidores.
Governo aposta na aprovação
Durante reunião realizada no Palácio Piratini, ontem pela manhã, 35 deputados ouviram a explanação dos projetos.
A Assembleia Legislativa, a partir de hoje, vai analisar e votar um Projeto de Emenda Constitucional, que atualiza regras previdenciárias e altera carreiras dos servidores. Para aprovação, serão necessários 33 votos em dois turnos.
O pacote inclui seis Projetos de Leis Complementares em que o governo precisará o apoio de 28 deputados.
Última ocasião para o diálogo
O conjunto de projetos desagrada ao funcionalismo público. Ninguém gosta de perder vantagens. Talvez, nas discussões, surjam alternativas para abrandar as medidas que são duras.
Cada vez mais difícil
O tempo passa, os salários atrasam e a maioria dos servidores estaduais não promove mais as tradicionais greves, que não repõem o que falta: dinheiro no caixa.
Não adianta insistir
Diminui cada vez mais o número de pedintes na porta da Casa Civil do Palácio Piratini. Prefeitos, secretários municipais e vereadores cansaram de ouvir: “Não temos recursos”. O próximo que se arriscar com uma reivindicação talvez mereça ser recebido por uma banda.
Carrossel
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, sugeriu e vai consultar seus colegas para instalação de uma nova Assembleia Nacional Constituinte. Quer começar tudo de novo e entrar para a História. Falta avisar à Sua Excelência que a Constituição dos Estados Unidos é de 1789 e teve apenas 27 emendas.
A Constituição brasileira de 1988 soma 107 emendas. Nosso Congresso é uma máquina!
Longa fila
A reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados pode receber o título de 12 Horas de Brasília. Durante esse período, ontem, ninguém quis perder a oportunidade de aparecer. Estava em discussão a Proposta de Emenda à Constituição, que permite a prisão de réus condenados em segunda instância. Quase 100 parlamentares se inscreveram para defender argumentos contra e a favor. Só houve tempo para 43. A votação ocorrerá na próxima semana. Nova chance para a discurseira.
Onde pensam que estão?
Doze horas também levaram os aliados do autoproclamado presidente Juan Guaidó para saírem da embaixada da Venezuela, que invadiram em Brasília. A sede é território estrangeiro e qualquer violação, criminosa. Policiais militares usaram spray de pimenta para ficar claro: os bagunceiros não estão numa republiqueta.
A caminho
A 14 de novembro de 1889, o jornal Província de São Paulo, publicou: “A bordo do navio Rio Pardo, embarcaram em Porto Alegre com destino ao Rio de Janeiro os srs. Silveira Martins, José Antônio da Câmara, o Visconde de Pelotas, e outros políticos gaúchos.” Eram as tratativas finais para a deposição do Imperador Dom Pedro II e a Proclamação da República.
Grande avanço
A mesma edição da Província de São Paulo noticiou: “No Palácio Isabel, do Rio de Janeiro, perante a família real, foram feitas ontem experiências com o fonógrafo, sendo perfeitamente reconhecidas as vozes reproduzidas.”
Eram muito unidos
Persiste a pergunta sobre o motivo que leva as autoridades a duvidarem das afirmações de Antonio Palocci, envolvendo governos anteriores. José Dirceu definiu o ex-ministro: “É aquele que enriqueceu e delatou”.
Dois lados
Com a entrada do ano eleitoral, muitos detentores de mandatos serão cobrados por promessas não cumpridas. Alguns responderão: “Sou responsável pelo que falo, não pelo que você entende.”