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Mundo A Colômbia pede que a empreiteira brasileira Odebrecht seja impedida de atuar em obras públicas por 20 anos naquele país

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A vice-presidente Marta Lucía Ramírez e integrantes do governo colombiano. (Foto: Reprodução/Instagram)

O governo colombiano pediu uma sanção dura para a construtora brasileira Odebrecht, envolvida em uma vasta rede de corrupção: ficar impedida de participar de licitações públicas no país durante 20 anos.

A vice-presidente Marta Lucía Ramírez levou o pedido à Superintendência de Sociedades —autoridade de controle— para impor à empreiteira a punição máxima prevista em lei, segundo carta divulgada nesta terça-feira (20).

Este “pedido é efetuado levando em conta que empresas do grupo Odebrecht protagonizaram o caso de propina e corrupção transnacional mais notório dos últimos anos em vários países do mundo, inclusive a Colômbia”, escreveu Ramírez.

A vice-presidente rejeitou a proposta da construtora de solucionar o escândalo com uma reparação equivalente a US$ 30 milhões (R$ 112 milhões) e pediu uma “pena pecuniária correspondente” aos delitos cometidos para obter a construção da Rota do Sol 2 —maior obra viária do país.

“Aceitar um acordo de compensação econômica (…) acabaria sendo um incentivo perverso para que esse tipo de crime continue sendo cometido”, enfatizou Ramírez.

Mortes misteriosas

Duas mortes misteriosas ocorridas nos últimos dias escandalizaram a opinião pública e voltaram a jogar luz nas investigações sobre o escândalo da Odebrecht na Colômbia, país em que a empreiteira brasileira teria pago subornos no valor de 84 bilhões de pesos (R$ 87,9 milhões), segundo a procuradoria-geral do país.

Este valor é muito superior ao que a Odebrecht declarou ter pago, entre propina e doações de campanha a políticos colombianos ao Departamento de Justiça dos EUA: US$ 11 milhões (R$ 41,6 milhões).

As mortes que estremeceram o país foram, primeiro, na semana passada, de Jorge Enrique Pizano, que teve um infarto fulminante numa chácara próxima a Bogotá. Ao saber da morte, seu filho, Alejandro Pizano Ponce de León, que estava em Barcelona, viajou imediatamente para a capital colombiana.

Segundo relato da irmã, Juanita, que o acompanhava, ao visitar o local onde o pai havia morrido, Alejandro bebeu água de uma garrafa que estava no escritório. Disse que “o sabor era horrível”, e desmaiou. Levado a um hospital, morreu no meio do caminho. A causa: envenenamento por cianeto.

Jorge Enrique Pizano era o interventor responsável pela obra de um trecho da estrada Rota do Sol, que ainda está incompleta. A Odebrecht teria pago, para ficar apenas neste projeto, US$ 28,5 milhões (R$ 107,8 milhões).

O caso da Rota do Sol é a obra mais importante em que a empreiteira brasileira está envolvida no país andino. Há, porém, acusações de pagamentos de caixa 2 a campanhas de distintos candidatos em eleições recentes, inclusive do ex-presidente Juan Manuel Santos. Este já compareceu diante da Justiça para dizer que não tinha ideia da propina e que a responsabilidade por tê-la recebido era de seu chefe de campanha.

Pizano era considerado pela Justiça colombiana como figura essencial para descobrir quais foram as irregularidades cometidas durante o processo de licitação do projeto da estrada. Ele estava envolvido na mesma desde 2010.

O tramo da Rota do Sol que é objeto da polêmica era um dos projetos viários mais importantes do país, pois uniria o interior à costa caribenha do país.

A Colômbia é um dos países que vêm avançando lentamente na investigação dos casos de suborno envolvendo a empreiteira brasileira. O primeiro a ser preso foi o vice-ministro de transporte da gestão Álvaro Uribe (2002-2010), Gabriel García Morales, acusado de receber US$ 6,5 milhões (R$ 24,5 milhões) de propina entre os anos de 2009 e 2010.

Outro que está detido é o ex-senador Otto Bula, acusado de receber US$ 4,6 milhões (R$ 17,4 milhões) por conta de favorecimento em outro projeto.

Há, ainda, outros 28 políticos e empresários colombianos citados nas delações brasileiras, e que estão sendo investigados, alguns já receberam acusações formais e esperam julgamento.

Entre os acusados de receber caixa 2, estão, além do ex-presidente e prêmio Nobel, Juan Manuel Santos, e seu rival na eleição de 2014, o uribista Óscar Iván Zuluaga.

A Odebrecht vem tentando fazer um acordo com o Estado colombiano para retomar as obras paradas. O país já recusou uma oferta de mais de US$ 33 milhões (R$ 124,8 milhões) para que a empresa reinicie suas atividades na Colômbia.

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