Sexta-feira, 04 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 30 de janeiro de 2021
Com aumento dos gastos dos governos para fazer frente à pandemia de coronavírus, a dívida pública brasileira acelerou em 2020. Dados divulgados pelo Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral fechou dezembro aos R$ 6,615 trilhões, o que representa o patamar recorde de 89,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
O porcentual é maior que os 88,7% registrados em novembro. No fim de 2019, a dívida bruta estava em 74,3% do PIB. Ou seja, houve aumento de 15 pontos porcentuais. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.
Com o aumento de despesas públicas em função da pandemia, a expectativa é de que a dívida bruta continue a subir nos próximos meses no Brasil. Esse é um dos principais fatores de preocupação dos economistas do mercado financeiro.
A Dívida Bruta do Governo Geral – que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais – é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.
O BC informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) atingiu R$ 4,670 trilhões e passou de 61,8% do PIB em novembro para 63,0% do PIB em dezembro de 2020, patamar também recorde para o encerramento de um ano. No fim de 2019, ela estava em 54,6% do PIB. A dívida líquida apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as reservas internacionais do Brasil, na casa dos US$ 355 bilhões.
Pix
Na abertura do evento 12ª Reunião Plenária do Fórum Pix, realizado online, João Manoel Pinho de Mello, diretor de organização do sistema financeiro e de resolução do BC, falou sobre o sucesso do Pix: “O Pix está sendo um verdadeiro sucesso, superando bastante as nossas expectativas. O Pix já é uma alternativa efetiva de uso, especialmente nos casos de transferência. A quantidade de Pix em janeiro já ultrapassou a quantidade de TEDs e DOCs somados, em apenas pouco mais de dois meses em operação plena”.
O Banco Central também divulgou as novidades que serão acrescentadas ao sistema de pagamentos instantâneos ao longo de 2021, como conta-salário e funções de saque, parcelamento e pagamentos recorrentes, e também falou sobre o sucesso do Pix desde seu lançamento, em novembro de 2020.
O Fórum Pix é um ambiente que reúne representantes de instituições financeiras e de pagamentos, consumidores e o próprio Banco Central, e visa discutir e coordenar os agentes de mercado e subsidiar o BC no papel de de definidor das regras de funcionamento do ecossistema de pagamentos instantâneos.
João Manoel também falou sobre as novas funcionalidades do Pix que deverão ser lançadas ainda em 2021. O primeiro deles é permitir movimentações com o Pix em contas-salário.
A segunda novidade anunciada é a integração dos aplicativos dos participantes do sistema Pix com a agenda de contatos dos consumidores, para que encontrem contatos que utilizam o Pix de forma muito mais simples e ágil. Isso significa que, ao entrar no Pix pelo aplicativo do seu banco ou fintech, você poderá ver todas as pessoas da sua lista de contatos que têm chave cadastrada no sistema de pagamentos instantâneos e, com apenas um clique, fazer uma transferência.
Outra novidade anunciada na reunião é a criação de um mecanismo de devolução de recursos pelo prestador de serviço de pagamentos do receber de um Pix em caso de fundada suspeita de golpe ou falha operacional nos sistemas das instituições participantes: “É mais uma inovação que será agregada às regras do Pix e proverá proteção adicional para os usuários, para confirmar o Pix como um dos meios de pagamento mais seguros que existem”, disse João Manoel.
Se já estivesse disponível, a função poderia ter sido utilizada pelo banco Itaú no caso que em que o sistema do banco cometeu uma falha que duplicou transações e transferiu quase 1 milhão de reais indevidamente.