Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 12 de maio de 2020
O governo da Espanha vai obrigar, a partir de sexta-feira (15), que qualquer pessoa recém-chegada no país fique duas semanas em confinamento. Além disso, apenas espanhóis, trabalhadores da fronteira, profissionais da saúde ou aqueles que provarem que estavam fora do país por algum motivo excepcional terão permissão para entrar de navio ou de avião. As medidas foram anunciadas pelas autoridades nesta terça-feira (12).
A nova decisão ocorre um dia após o início da chamada Fase 1, que faz parte de um plano de quatro etapas – iniciado na Fase 0 – para relaxar uma das mais estritas quarentenas da Europa. Cerca de 40% do total de pequenas empresas do país e 60% daquelas localizadas em áreas da Fase 1 foram reabertas, de acordo com a Federação Nacional de Trabalhadores Autônomos. No entanto, cidades como Madri e Barcelona, duas das mais afetadas pela pandemia, não participaram da nova fase, não podendo, por exemplo, abrir os cafés.
Apesar da quarentena obrigatória, os cidadãos recém-chegados poderão sair de casa para fazer compras consideradas necessárias, ir a unidades de saúde ou por algum motivo urgente, segundo o governo. Além disso, de acordo com publicação no Diário Oficial do país, todos os deslocamentos deverão ser feitos com máscara.
O governo ainda acrescentou que os trabalhadores da fronteira, funcionários de companhias aéreas ou de unidades de saúde não precisam ficar em confinamento, desde que não tenham tido contato com alguma pessoa infectada pela Covid-19. Segundo levantamento da universidade americana Johns Hopkins, a Espanha 227.436 casos de Covid-19 e 26.744 mortes.
Controle nas fronteiras
A outra medida anunciada, também válida a partir desta sexta-feira, determina a restrição de entrada de pessoas por via aérea ou marítima dos países integrantes do Acordo de Schengen, cujos integrantes têm uma política de abertura de fronteiras e de circulação livre.
Isso significa que de países como França, Alemanha ou Bélgica, apenas cidadãos espanhóis, residentes na Espanha, trabalhadores da fronteira, profissionais da saúde e aqueles que comprovarem que estavam no exterior por algum motivo de força maior serão autorizados a entrar no país de navio ou avião.
Essa restrição é adicionada ao fechamento das fronteiras terrestres com França e Portugal, que ocorre desde 17 de março. A entrada de cidadãos de países que não fazem parte do Acordo de Schengen também foi restringida desde 23 de março.
O coordenador de emergências de saúde, Fernando Simón, disse que, agora que a Espanha conseguiu controlar o surto e está relaxando as restrições da população no país, é o momento de medidas em relação a pessoas que vêm de outros países.
“Em muitos países a transmissão continuará, o maior risco será a importação de casos. Voltaríamos à situação que tínhamos em fevereiro. Temos que fazer esforços de prevenção até outros países chegarem ao nível de controle que chegamos”, afirmou Simón.
A princípio, as duas medidas vão permanecer enquanto durar o estado de emergência, ou seja, até 24 de maio. Caso essa situação de exceção seja prorrogada, o mesmo poderá ocorrer com as determinações. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.