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Mundo A história por trás das chocantes imagens de agentes caçando imigrantes nos Estados Unidos

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EUA vive crise migratória, com número recorde de imigrantes tentando atravessar fronteira com México. (Foto: Agência Brasil)

Os vídeos e imagens de vários agentes da fronteira dos Estados Unidos a cavalo perseguindo e atacando migrantes com um suposto chicote próximo ao Rio Grande, em área limítrofe ao pequeno município de Del Rio, no Estado americano do Texas, geraram debate no país.

As cenas aconteceram em meio a uma nova crise de imigração na fronteira, que levou a que até 12 mil migrantes — a maioria haitianos — fossem detidos em um acampamento improvisado sob uma ponte que liga Del Río a Ciudad Acuña, no México, na semana passada.

O governo dos Estados Unidos começou a deportar centenas deles no domingo (19) e fechou a passagem da fronteira Del Rio, o que levou centenas de outros haitianos a retornar ao lado mexicano diante da incerteza.

Caso

Desde que se estabeleceram sob a ponte, alguns migrantes cruzaram para o México para comprar comida e água para eles e suas famílias, que eram escassos no lado americano, e voltaram para o acampamento improvisado.

O fotógrafo Paul Ratje, da agência de notícias AFP, registrou a imagem perto de um barco que atracava no rio, em uma área por onde migrantes tentavam entrar ou retornar aos Estados Unidos.

“Cheguei ao local e todos estavam passando por lá”, disse o fotógrafo ao “The Washington Post”.

“De repente, alguns policiais apareceram e começaram a tentar fazer as pessoas saírem. Então, os agentes da fronteira vieram a cavalo e começaram a tentar fazer as pessoas saírem.”

Nas imagens, os agentes são vistos segurando instrumentos que alguns descreveram como “chicotes”, embora as autoridades garantam que são “rédeas” usadas para “garantir o controle do cavalo”.

“Havia um fluxo contínuo e (os agentes) diziam: ‘Não, você não pode entrar. Volte para o México’. Mas as pessoas diziam ‘mas minha família está lá'”, disse Ratje ao “The Washington Post”.

Nesse contexto, um dos oficiais a cavalo pegou momentaneamente um homem que parecia estar carregando sacolas de comida.

Mas no final, apesar da intervenção da patrulha, os migrantes conseguiram atravessar o rio e chegar ao acampamento, segundo a imprensa norte-americana.

Patrulhar guardas de fronteira a cavalo não é incomum, por causa da geografia do terreno, entre outras causas.

Geralmente, os agentes da fronteira instam os migrantes a retornar ao México, explicou Nick Miroff, repórter do “The Washington Post”, especializado em imigração.

Polêmica

Na segunda-feira (20), a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse: “Não acho que alguém que veja essas imagens as ache aceitável ou apropriado”.

“Não tenho o contexto completo. Não consigo imaginar que contexto o tornaria apropriado.” “(Os agentes) não deveriam ser capazes de fazer isso de novo.”

De acordo com Psaki, este é um registro “obviamente horrível”.

A congressista democrata Ilhan Omar, por sua vez, descreveu as ações dos agentes de fronteira como “abusos aos direitos humanos” e como “cruéis, desumanos e uma violação das leis nacionais e internacionais”.

O Secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, garantiu que os fatos seriam investigados, descrevendo a situação dos migrantes como “desafiadora e dolorosa”.

No entanto, ele emitiu um aviso: “Se você vier ilegalmente para os Estados Unidos, será devolvido. Sua viagem não será bem-sucedida e você estará colocando sua vida e a de sua família em perigo”.

O chefe da patrulha de fronteira dos EUA, Raúl Ortiz, disse que o incidente está sendo investigado para garantir que não haja uma resposta “inaceitável” da polícia, informou a agência de notícias Reuters.

Além disso, acrescentou que os agentes estavam operando em um ambiente difícil, tentando garantir a segurança dos migrantes enquanto procuravam possíveis contrabandistas.

Nova crise

A situação representa um novo desafio político e humanitário para o governo do presidente Joe Biden, que prometeu ser mais “humano” com os migrantes e aqueles que buscam asilo do que seu antecessor republicano, Donald Trump.

Apesar das últimas crises que atingiram o Haiti — o assassinato do presidente Jovenel Moïse e o terremoto que devastou o sudoeste do país — a grande maioria dos haitianos na fronteira com os Estados Unidos deixou seu país há anos, desde o terremoto de 2010, segundo o BBC Monitoring, departamento da BBC que coleta e analisa notícias da imprensa em todo o mundo.

O tremor devastou a nação caribenha, matando 200 mil pessoas e desabrigando milhares.

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