Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 22 de janeiro de 2019
A Justiça do Japão rejeitou nesta terça-feira (22) o segundo pedido de fiança feito pela defesa do executivo brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan. Ele está preso desde novembro do ano passado em Tóquio, capital do país asiático, acusado de violação das leis financeiras e de uso indevido de bens da fabricante de veículos.
No pedido, Ghosn disse que aceitaria qualquer condição para deixar a prisão sob fiança, inclusive usar tornozeleira eletrônica. O tribunal de Tóquio que analisou o pedido não esclareceu o motivo da decisão que negou a solicitação. A fiança raramente é concedida para réus no Japão sem uma confissão. A decisão aumenta a probabilidade de que o executivo de 64 anos permaneça sob custódia até o julgamento.
Risco de fuga
O primeiro pedido de fiança de Ghosn foi negado pela Justiça do Japão, que considerou que havia risco de fuga do brasileiro do país e destruição de provas por parte do acusado. Apesar da negativa, a defesa entrou com uma nova solicitação.
“Irei ao meu julgamento não só porque estou legalmente obrigado a fazê-lo, mas porque estou impaciente por ter a oportunidade de me defender. Não sou culpado do que me acusam e quero defender minha reputação no tribunal. Nada é mais importante do que isso para mim e para minha família”, destacou Ghosn.
O executivo é acusado pela Promotoria de Tóquio de esconder das autoridades fiscais compensações milionárias que recebeu da Nissan e de violar a confiança da empresa por utilizar recursos da companhia para cobrir perdas pessoais no mercado financeiro.
Entre as condições que Ghosn estaria disposto a aceitar para ser libertado após pagamento de fiança estão a entrega de seu passaporte às autoridades, não se comunicar com testemunhas e se apresentar diariamente em um local determinado pela Promotoria de Tóquio. O sistema judicial japonês permite que a defesa apresente tantos pedidos de fiança quanto desejar.
Fusão
O presidente da Nissan, Hiroto Saikawa, afirmou na segunda-feira (21) que a montadora japonesa não recebeu nenhuma proposta do governo da França para negociar uma possível fusão com a Renault.
Saikawa declarou que não ouviu nada sobre a possibilidade de as duas montadoras se tornarem uma só e destacou que a Nissan e a Renault não estão negociando esse tipo de operação no momento.
O principal executivo da Nissan após a prisão do brasileiro Carlos Ghosn negou, assim, os rumores divulgados por vários veículos da imprensa japonesa, que indicaram que a França teria expressado ao governo do Japão o desejo de fundir as duas empresas.
Apesar de sugerir que quer discutir uma fusão com a Renault, Saikawa também afirmou que a Nissan quer ter mais independência para tomar decisões dentro da aliança entre as duas empresas.