Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2018
O advogado Tony Lo Bianco, da empresa Kyocera, foi preso na manhã desta segunda-feira (10) pela PF (Polícia Federal), acusado de ter orientado a destruição de provas do suposto esquema criminoso envolvendo o governador Luiz Fernando Pezão. A prisão preventiva foi requerida pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e foi determinada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Felix Fischer, no domingo (9). As informações são do jornal O Globo.
Consórcio
A Kyocera é uma das empresas que integram o consórcio responsável pela iluminação do Arco Metropolitano, orçada em mais de R$ 96 milhões, toda com placas de energia solar. Nesta segunda, foram cumpridos ainda mandados de busca e apreensão em quatro endereços ligados a Lo Bianco e também na casa de Sérgio Beninca, que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), tem ligações com o empresário Cézar Amorim, um dos alvos da Operação Boca de Lobo, deflagrada em 29 de novembro.
Atuação irregular
De acordo com o MPF, a atuação irregular do advogado foi descoberta durante o cumprimento dos mandados da Boca de Lobo. Na petição enviada ao STJ, a procuradora-geral reproduz trecho de um áudio de ligações telefônicas de Tony Lo Bianco a Cézar Amorim.
Recado
A ligação acabou sendo atendida pelos serviços de caixa postal de Amorim, já que o empresário tinha sido preso na Boca de Lobo. No recado deixado no telefonema, diz o MPF, Lo Bianco orienta o empresário a pedir para Beninca retirar, com urgência, a documentação da Kyocera de um determinado local.
“Vai complicar o Arco Metropolitano”, diz um trecho do áudio, interceptado por autorização judicial.
Na petição, a procuradora-geral destaca:
“Verifica-se, assim, um quadro de intricadas relações envolvendo membros da Orcrim (Organização Criminosa) e, pior, com a destruição de provas a demonstrar a necessidade da custódia cautelar”.
Pena de prisão
Pela lei, é prevista pena de três a oito anos de prisão, além de multa, para “quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa”.
Na Operação Boca de Lobo, o governador Luiz Fernando Pezão e outras oito pessoas foram presas. Entre eles, empresários acusados de integrar o esquema criminoso que causou prejuízo milionário aos cofres públicos. No sábado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou pedido de habeas corpus de Pezão.