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Política A primeira-dama Janja tem escolhido estilistas brasileiros que apostam na brasilidade

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A assessora do presidente esteve com a mulher do petista no Rio. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

No primeiro dia deste ano, a moda brasileira subiu a rampa do Palácio do Planalto e as escadarias do Itamaraty, em Brasília. Nas roupas usadas pela primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, seja na posse, na recepção para as delegações estrangeiras e mesmo em eventos anteriores, como seu casamento e a entrevista para o “Fantástico”, todas as marcas eram brasileiras. Como se a ideia fosse fazer da moda nacional uma vitrine para o mundo.

A maioria das roupas escolhidas por ela são assinadas por jovens estilistas. Entre eles estão Helô Rocha, Rafaella Caniello e Airon Martin. Há também veteranas como Paula Ferber e Sandra Anselmi. O que os une é a aposta na brasilidade, na economia circular e, em alguns casos, no resgate do saber regional dos artesãos, em bordados, tricô e crochê.

Primeiras-damas costumam ter papel significativo para alavancar a moda de seu país. Jacqueline Kennedy Onassis e Lady Di foram símbolos “fashion”. Michelle Obama, também. No Brasil, Ruth Cardoso (1930-2008), mulher de Henrique Cardoso, usou tecidos e acessórios feitos por indígenas e comunidades ribeirinhas.

“Janja quer valorizar a cadeia de moda brasileira”, diz Rafaella Caniello, fundadora e estilista da Neriage, que assinou o vestido plissado usado na recepção do Itamaraty, no dia da posse de Lula, em parceria com Helô Rocha. O que caracteriza as roupas da Neriage são plissados e pregas invertidas. Pela complexa elaboração artesanal são peças caras, que variam de R$ 2 mil a R$ 5 mil. “É muito injusto [criticar o preço]. A gente usa indústria e mão de obra 100% nacional e isso tem um preço e um valor. Está na hora do brasileiro vencer esse preconceito de achar que o importado é melhor”, diz Caniello.

Esse grupo de moda autoral brasileira, que aponta para uma nova era, tem como integrante Airon Martin, 30 anos, que nasceu na pequena Sinop, no Mato Grosso do Sul. É dele a camisa de seda da marca Misci usada por Janja em sua primeira entrevista à televisão, para o “Fantástico”, e o blazer que ela vestiu na diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Martin conta que o retorno comercial ficou além do esperado e muito maior do que quando sua roupa foi usada por influenciadoras ou celebridades. Apenas lamenta as críticas ao preço da camisa (R$ 2.580) de seda.

“O Brasil a preço de banana comigo não tem, não. Eu uso a mesma seda nacional utilizada pela Dior e Hermès. É luxo e isso tem um preço. Se sai barato para o cliente final é porque saiu caro para alguém”, diz ele. “Moda é cultura e indústria e ao usar uma peça proveniente de uma cadeia produtiva social e ambientalmente responsável, a primeira dama está chancelando essa opção. A moda pode ser um dos principais ativos da nossa imagem lá fora”.

Janja chegou a Helô Rocha, que desenhou seu vestido de noiva e o terno de seda dourada da posse, por intermédio da família de Gilberto Gil. Apesar de ter nascido em Porto Alegre, Rocha não se considera gaúcha. “Minha identidade é nordestina, minha família vem do Sertão do Seridó (RN) e cresci vendo o trabalho das bordadeiras de Timbaúba dos Batistas. A cidade vive disso e eu faço esse trabalho colaborativo, de resgate da cultura delas. Os bordados chegaram com os colonizadores, eram parecidos com os da Ilha da Madeira, mas ganharam a cara delas”. Houve uma sintonia entre Janja e as bordadeiras, conta Rocha: “Ela queria que as roupas fossem feitas por mulheres, de comunidades e bem remuneradas. No início, também, me disse que queria vestir jovens estilistas brasileiros e pediu ajuda para chegar a novos talentos”.

Na última Paris Fashion Week os bordados estavam em alta. Assim como todas as formas de manufatura manual. São técnicas também utilizadas pela estilista de sapatos e bolsas Paula Ferber, que tem duas lojas em São Paulo, vende no atacado para 45 multimarcas e há 24 anos aposta na brasilidade. Cliente da loja, Janja recentemente usou sapatos de lycra bordados. A marca tem uma fábrica em Muzambinho (MG) onde são feitas bolsas de tressê, tricô e cestaria.

Outra marca que caiu nas graças da primeira dama é a Anselmi, de Farroupilha (RS), que tem 39 anos de história e atualmente possui lojas em São Paulo, Rio, Porto Alegre, Curitiba e Brasília. A diretora criativa, Sandra Anselmi, faz colaboração com outras marcas, como a Neriage, e utiliza tecnologias como impressoras 3D para confeccionar peças há muito tempo.

A brasilidade da Anselmi está na cadeia produtiva que usa fornecedores próximos da indústria e mão de obra gaúcha. A empresa, que faturou R$ 200 milhões no ano passado, vai criar em 2023 um projeto para recuperar as habilidades das artesãs locais: bordado, crochê e tricô. “Também teremos edições limitadas de tricô feito à mão. Queremos colocar o nome de quem fez como protagonista”, diz a diretora.

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https://www.osul.com.br/a-primeira-dama-janja-tem-escolhido-estilistas-brasileiros-que-apostam-na-brasilidade/ A primeira-dama Janja tem escolhido estilistas brasileiros que apostam na brasilidade 2023-01-06
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