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Por Redação O Sul | 22 de setembro de 2020
A Rússia espera registrar uma segunda vacina em potencial contra a Covid-19 até 15 de outubro, informou nesta terça-feira (22) a agência de notícias TASS com base em dados do Rospotrebnadzor, o órgão regulador de segurança do consumidor da Rússia.
A vacina foi desenvolvida pelo Instituto Vector, da Sibéria, que concluiu o estágio inicial de testes em humanos na semana passada. O estudo de Fase I injetou a imunização em cinco voluntários, com a possibilidade de ampliação dos testes em até 100 voluntários com idades entre 18 e 60 anos.
A imunização desenvolvida pelo instituto é feita a partir de uma tecnologia criada inicialmente para o Ebola. Ela é composta por fragmentos de proteínas (peptídeos) do vírus que são capazes de estimular o sistema imune a induzir uma resposta protetora.
A Rússia registrou em agosto sua primeira candidata a vacina, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou. Os testes em estágio avançado desta candidata com pelo menos 40 mil pessoas estão em andamento.
Mais de 180 vacinas em potencial estão sendo desenvolvidas em todo o mundo para tentar deter a pandemia de coronavírus. Ao menos nove estão na terceira e última fase de testes em humanos, de acordo com dados da OMS – quatro na China, três nos Estados Unidos, uma no Reino Unido e uma na Rússia.
Universalização
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que 156 países aderiram oficialmente à iniciativa Covax, aliança internacional coordenada pela entidade que visa acelerar o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19 e universalizar o acesso a um eventual imunizante eficaz contra o novo coronavírus. Em uma coletiva de imprensa na sede da organização, em Genebra, na Suíça, integrantes celebraram a abrangência do grupo. Na semana passada, o Brasil pediu mais tempo para avaliar sua entrada no pacto.
A meta da Covax é entregar 2 bilhões de doses de uma vacina contra a Covid-19 até o fim de 2021. Indagado por uma jornalista se a OMS considerou a adesão suficiente, o assessor sênior da entidade, Bruce Aylward, enfatizou que a aliança representa quase 70% da população mundial e disse que outros 38 países desenvolvidos manifestaram publicamente interesse em ingressar na Covax, mas não o fizeram por trâmites burocráticos ou barreiras no Parlamento.
“Quase 80% dos países e economias estão trabalhando com a Covax de alguma forma. É uma grande proporção. Esse grupo representa quase 70% da população mundial”, afirmou Aylward.
No entanto, coube ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a cobrança por maior colaboração financeira e política com a Covax
“A Covax é o mecanismo que garantirá uma global coalizão. Uma vacina ajudará a controlar a pandemia, a salvar vidas e a garantir a verdadeira retomada econômica”, disse Adhanom. “Isso (a cooperação financeira) não é caridade, é uma ação que representa o melhor interesse para todos os países. Nós precisamos de um fortalecimento expressivo do compromisso político e financeiro dos países. Não é apenas a coisa certa a ser feita, é a opção mais inteligente a ser tomada.”