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Saúde A tecnologia coloca em risco a felicidade dos casais

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Evento reunirá os maiores executivos do setor de alimentação para um debate sobre como os restaurantes estão se preparando para atender às demandas da geração Z, e toda a renda será revertida para ajudar crianças e adolescentes na luta contra o câncer. (Crédito: Reprodução)

Falando de um jeito equilibrado e tentado a evitar um tom demasiadamente crítico, mas ainda assim parecendo cético, meu namorado diz: “Espero que você não esteja trabalhando”. Durante uma pausa em nossa conversa, no jantar em um restaurante local, eu tolamente apanhei o celular no bolso, o destravei com uma mão só e, sim, enquanto o segurava por sob o tampo da mesa, estava discretamente tentando digitar uma resposta a um e-mail de trabalho. “Ahn… talvez”, eu consegui responder, apertando o botão de envio e guardando o celular.

Por sorte, ao longo de nosso relacionamento, descobri que somos muito parecidos em nosso interesse pela tecnologia. Excetuadas algumas diferenças de opinião sobre o uso de telefones em espaços públicos, nossos hábitos são notavelmente semelhantes. Fico imaginando se o nosso namoro teria durado tanto caso não fôssemos tão tecnologicamente compatíveis.
De qualquer forma, 62% dos americanos parecem concordar com meu namorado e acreditam que usar o celular no restaurante não é legal. Isso deixa os 38% que não veem problema nisso como possíveis companheiros de jantar para mim.

Essas estatísticas foram publicadas em um relatório sobre as constatações de uma pesquisa quanto à “etiqueta no uso de aparelhos móveis” conduzida pelo Pew Research Center. O relatório não cobre, no entanto, as atitudes dos casais quanto ao uso desse tipo de aparelho. Para descobrir o que as pessoas pensam sobre isso, é preciso recorrer a estudos acadêmicos.

No International Journal of Neuropsychotherapy, em 2014, pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, delinearam uma investigação quanto ao impacto do uso de computadores de mesa, laptops, smartphones e televisores sobre os casais.

Eles propõem que “se um parceiro em um relacionamento se afasta de uma interação pessoal e dedica sua atenção à tecnologia [ou seja, ao laptop], o outro pode interpretar o fato como ameaça à sua necessidade de sentir envolvimento e controle sobre o relacionamento”.

 
Interação.

O grau de intensidade dessa ameaça parece se relacionar ao menos em parte à maneira pela qual um aparelho é usado. Isso foi ilustrado pelos resultados de uma pesquisa conduzida por pesquisadores sobre 21 casais heterossexuais. A idade média dos casais era de 31 anos, e eles estavam juntos por aproximadamente seis anos.

O interessante é que os entrevistados que reportaram forte envolvimento e interação com seus parceiros quando estavam usando aparelhos também tenderam a reportar mais satisfação, concordância e sentimentos positivos sobre seus relacionamentos.

Acredito que eu tenha observado provas dessa afirmação no mundo real, durante um casamento realizado em um grande hotel. Diversas vezes durante a festa, uma mulher apanhava o celular para usar a câmera. Em cada ocasião, o marido a ajudava a encontrar a luz e a composição certa para uma foto. Os dois pareciam estar curtindo muito o trabalho conjunto. Quando perguntei a respeito, eles timidamente admitiram que seu uso do celular se estende a enviarem emoticons um ao outro de aposentos diferentes de casa, para “contar como estamos, se estamos com fome ou sono”.

É uma experiência que contrasta com as queixas de um par de colegas sobre a incompreensão de seus parceiros quanto a seus hábitos de uso de tecnologia – quanto mais usar a tecnologia para criar mais proximidade. Mas nos dois casos, os relacionamentos surgiram antes da revolução do smartphone, e são bastante sólidos em outras áreas.

Há alguns dias a Flurry, uma companhia de análise de dados sobre o uso de tecnologia móvel, reportou que os consumidores dos Estados Unidos dedicam, em média, 220 minutos por dia aos seus celulares, um aumento de 35% ante o ano passado.

Nesse contexto, não só o risco de uso excessivo deveria ser levado em conta como deveríamos refletir sobre a melhor maneira de adaptar nossos costumes tecnológicos para evitar excluir as pessoas que nos são mais próximas. Como em qualquer relacionamento longo, é preciso encontrar terreno comum para lidar com os hábitos do parceiro.

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