Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo A vida oculta dos britânicos que integravam um grupo neonazista proibido no Reino Unido

Compartilhe esta notícia:

Em uma das fotos, Thomas veste traje característico olhando para o filho. (Foto: West Midlands Counter Terrorism Unit)

Britânicos que integravam um grupo neonazista proibido no Reino Unido levavam uma vida oculta. A casa de Adam Thomas e Claudia Patatas parecia um lar como outro qualquer. Mas dentro da residência se escondia algo desconcertante: havia diversos tipos de armas, suásticas decorando os ambientes, insígnias KKK (Ku Klux Klan) e um pôster do grupo neonazista britânico Ação Nacional que dizia: O Reino Unido é nosso, o resto deve sair”.

Thomas e Patatas estão entre os condenados recentemente por pertencer à Ação Nacional, grupo extremista banido em 2016 do Reino Unido sob a lei antiterrorismo, após celebrar o assassinato da deputada trabalhista Jo Cox.

O casal vivia com o filho recém-nascido em uma área tranquila do condado de Oxfordshire, a oeste de Londres, no Reino Unido.

O jornalista da BBC News Daniel De Simone estava investigando o grupo, que desde sua proibição se reinventou com vários codinomes.

Agora que os julgamentos de seus membros terminaram, a BBC pode revelar detalhes sobre alguns dos integrantes-chave da organização, que se autodenominava “jihad branca” e se tornou o primeiro grupo de extrema direita banido do Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial.

O casal com segredos sombrios

Adam Thomas, de 22 anos, trabalhava como vigia. Sua companheira, a portuguesa Claudia Patatas, de 38 anos, tem curso superior e tinha um emprego na área de marketing.

Ambos eram sempre vistos pela vizinhança passeando com o bebê.

Ninguém suspeitava que dentro da casa deles havia um vasto memorial neonazista.

O quarto do casal estava cheio de armas – havia facões, arcos e flechas, um machado sob a cama e uma adaga.

No corredor, havia ornamentos como um sol negro, símbolo ocultista associado à SS, a temida “tropa de choque” nazista, e a insígnia da Ku Klux Klan. Na sala, almofadas estampadas com suásticas. Até um cortador de massas encontrado na cozinha tinha a forma de uma suástica.

Um cartão de memória escondido sob o assoalho guardava fotografias com detalhes ainda mais perturbadores.

Em uma das imagens, Thomas segura a bandeira nazista, enquanto Patatas embala o bebê. Em outras fotos, encontradas em um celular, ele aparece vestindo o traje branco característico da Ku Klux Klan, olhando para o filho através dos buracos no capuz pontudo que cobria seu rosto.

O segundo nome do bebê, que tinha pouco mais de um mês na época, era Adolf, em homenagem ao líder da Alemanha nazista.

As fotos foram encontradas por detetives antiterroristas que, na manhã de 3 de janeiro deste ano, efetuaram a prisão de Thomas e Patatas por fazerem parte da Ação Nacional.

Os fundadores

A Ação Nacional foi fundada em 2013 por Ben Raymond, agora com 29 anos, e Alex Davies, com 24 anos.

Raymond é formado em política pela Universidade de Essex e é neonazista confesso. Ele trabalhou como vendedor de cristais e em uma agência de empregos.

Ele passava o tempo livre na internet imerso em conteúdo de extrema direita. Criou memes, editou vídeos e escreveu longos discursos, até mesmo para o obscuro Partido Integralista, que queria criar um “exército fascista nacional”.

Foi essa atividade online que atraiu a atenção de Davies, aluno da Universidade de Warwick e membro do Partido Nacional Britânico. Na época, o partido se encontrava em forte declínio após seu melhor desempenho nas eleições europeias quatro anos antes.

A dupla acreditava que, nos últimos anos, as organizações britânicas de extrema direita haviam diluído sua mensagem ao buscar ampliar sua rede de apoio.

Os fundadores da Ação Nacional determinaram que, em contrapartida, seu grupo seria ostensivamente racista e abertamente neonazista.

Tinha todas as características do neonazismo do pós-guerra: ódio aos não-brancos e aos judeus, uma visão de mundo baseada no racismo, a veneração aos “arianos brancos” e a glorificação da era nazista e de seus piores criminosos de guerra.

Davies acabou sendo expulso da Universidade de Warwick por seu ativismo neonazista e se mudou para o País de Gales, onde trabalhou como vendedor de seguros.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

O Brasil é o sétimo país com mais invasões de hackers. Confira os golpes mais comuns
Diretores do Banco Central colocam-se à disposição para permanecer nos cargos no governo Bolsonaro
https://www.osul.com.br/a-vida-oculta-dos-britanicos-que-integravam-um-grupo-neonazista-proibido-no-reino-unido/ A vida oculta dos britânicos que integravam um grupo neonazista proibido no Reino Unido 2018-11-16
Deixe seu comentário
Pode te interessar