Quarta-feira, 25 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 24 de junho de 2025
O advogado do ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto, José Luís Oliveira Lima, afirmou que tanto seu cliente quanto o tenente-coronel Mauro Cid mantiveram as versões contraditórias durante a acareação realizada na manhã dessa terça-feira (24), no Supremo Tribunal Federal (STF). A audiência, que aconteceu de forma reservada e sem acesso à imprensa, teve duração aproximada de 1h30.
Lima afirmou que pretende acionar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por suposta violação das prerrogativas da defesa. Segundo ele, o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, não permitiu que a sessão fosse gravada, o que, na avaliação do advogado, representa uma afronta aos direitos da defesa. “Todos mantiveram, Mauro Cid se contradisse mais ainda”, disse Lima, alegando que o tenente-coronel já mencionou “três lugares diferentes” onde teria ocorrido a suposta entrega de dinheiro em uma caixa de vinho por Braga Netto, sem apresentar nenhuma prova concreta até o momento.
“É uma pena que não tenha imagem, porque o general Braga Netto em duas oportunidades afirmou que o senhor Mauro Cid, que permaneceu durante todo o ato com a cabeça baixa, é mentiroso, e (Cid) não negou quando teve oportunidade de falar”, afirmou o advogado, em conversa com jornalistas após a audiência. Segundo Lima, a postura de Cid demonstra fragilidade na acusação feita contra o ex-ministro.
A acareação entre os dois foi autorizada na semana passada pelo ministro Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido feito pela defesa de Braga Netto. Os advogados argumentaram que havia diversas inconsistências e contradições entre os depoimentos do general e os de Cid, que é delator em acordo firmado com a Polícia Federal.
De acordo com Mauro Cid, o general Braga Netto lhe entregou uma quantia em dinheiro dentro de uma caixa de vinho, com a orientação de repassá-la a um dos militares das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, com a finalidade de financiar atos antidemocráticos. Braga Netto nega categoricamente que isso tenha ocorrido.
Ainda segundo Lima, sua equipe voltará a pedir a anulação do acordo de colaboração premiada firmado por Cid. “É um escândalo. Ele mentiu perante o STF mais uma vez”, disse o advogado. “A Meta desmente categoricamente mais uma vez o mentiroso delator.”
A Meta informou ao Supremo Tribunal Federal que o perfil do Instagram @gabrielar702 foi registrado com um e-mail vinculado ao nome de Mauro Cid. A defesa de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, acusa Cid de ter usado essa conta para comentar o conteúdo de sua delação, o que é proibido. Na publicação, ele teria dito que foi pressionado a assinar o acordo. (Com informações do Estado de S. Paulo)