Domingo, 12 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2017
O titular da PGR (Procuradoria-Geral da República), Rodrigo Janot, disse que o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) “ludibriou os cidadãos brasileiros”. “Sobretudo seus eleitores, que o escolheram para o Senado e o confiaram mais de 51 milhões de votos nas eleições presidenciais de 2014”, afirmou o Janot, ao requisitar novas diligências contra o tucano.
Essas novas investigações foram requeridas na cota da denúncia – expediente por meio do qual, paralelamente ao oferecimento de acusação formal, a PGR pede outras providências. Entre as novas medidas, a Procuradoria quer um inquérito específico para investigar o parlamentar por suposto crime de lavagem de dinheiro.
Aécio foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça. A Operação Patmos, desencadeada no dia 18 de maio, pegou o senador, segundo a Procuradoria, pedindo 2 milhões de reais do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS/Friboi. Além de Aécio, a PGR acusa a sua irmã, a jornalista Andréa Neves, um primo dele, Frederico Pacheco, e um ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
“Os fatos perpetrados pelos denunciados, devidamente descritos na peça acusatória, possuem significância que transportam os limites da tolerabilidade, causando frustração à comunidade”, aponta Janot. “Os crimes praticados na sorrelfa, valendo-se do mandato eletivo, possuem alto grau de reprovabilidade, causam comoção social, descrédito, além de serem capazes de produzir intranquilidade social e descrença da população, vítima mediata da prática criminosa de tal espécie.”
Sobre Aécio, o procurador é taxativo. “Ele tinha uma grande projeção política. Foi presidenciável e, até os fatos serem desvelados, presidente nacional do PSDB. Mas ludibriou os cidadãos brasileiros e, sobretudo, os seus eleitores, que o escolheram para o Senado e o confiaram mais de 51 milhões de votos nas eleições presidenciais”, lamentou. “Não há dúvida, portanto, de que o delito perpetrado causou abalo moral à coletividade, interesse este que não pode ficar sem reparação.”