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Geral Alemanha vive escassez de espiões, que optam por home office e celular pessoal. Problemas para recrutar novos agentes se repetem nos Estados Unidos e no Reino Unido

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Imagem mostra a sede do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha, em Berlim. (Foto: Divulgação)

Os aspirantes a espiões enfrentam muitos desafios, desde dominar as intrincadas habilidades técnicas e linguísticas até uma nova vida de sigilo adotada pelos que são selecionados. Na Alemanha, porém, a situação chegou ao limite.

Segundo Bruno Kahl, chefe do serviço de inteligência alemão, recrutar um agente está cada vez mais difícil. O motivo? A preocupação dos recrutas com a falta de home office e a proibição de carregar o celular pessoal para o trabalho.

“Não podemos oferecer certas coisas que hoje são tidas como certas”, disse Kahl, diretor do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (BND, na sigla em alemão), em uma conversa transmitida ao vivo na segunda-feira. Ele chamou o recrutamento de um “grande desafio” para a agência alemã.

“O trabalho remoto é quase impossível para quem trabalha na agência, por motivos de segurança”, disse Kahl. “E a ideia de não levar celulares para o trabalho é pedir muito dos jovens de hoje que se candidatam ao emprego.”

A Alemanha sofre hoje uma escassez crônica de recrutas para certas funções em ciência e tecnologia, especialistas cibernéticos e agentes que falam árabe. Segundo o diretor do BND, que emprega cerca de 6,5 mil pessoas, os problemas se acumulam e incluem a dificuldade de repor velhos espiões que se aposentam, problemas em diversificar o recrutamento e as novas exigências de jovens que entram no mercado de trabalho. Por isso, a agência está usando “novos métodos” para recrutar dentro de grupos-alvo específicos.

Outro problema identificado pelo BND é a competição desleal por trabalhadores qualificados com outros empregadores com melhores salários. “Apenas três anos atrás, antes da pandemia, tínhamos cerca de 10 mil inscrições todos os anos. Podíamos escolher os melhores. Mesmo assim, não era suficiente. Ainda havia déficit.”

Bem mais que seus aliados, os alemães têm uma necessidade especial de renovação, já que seus parceiros de inteligência ocidentais consideram o BND um berço da contraespionagem, com muitos agentes duplos infiltrados, especialmente russos. “O BND sempre esteve vulnerável”, disse o historiador Erich Schmidt-Eenboom, autor de vários livros sobre a agência alemã.

A escassez de espiões, no entanto, é mais ampla e reflete a nova demanda dos jovens por mais flexibilidade no mercado de trabalho desde a pandemia. Ela afeta agências de outros países, que tentam se adaptar à mudança geracional com novas táticas de recrutamento.

No ano passado, as três principais agências de inteligência do Reino Unido – MI5, MI6 e GCHQ – anunciaram o fim da exigência de que os candidatos tivessem pelo menos um pai britânico. Agora, eles devem ter apenas cidadania britânica. O MI6, a agência de inteligência externa, diz em seu site de recrutamento que sua “política de trabalho flexível significa que você pode ter compromissos pessoais”.

No início deste ano, a CIA, principal agência de espionagem dos EUA, afirmou que questões de segurança deixam “pouca margem para trabalhar em casa ou em qualquer outro local inseguro”. Mesmo assim, a agência pretende melhorar a flexibilidade de outras formas.

A CIA vem tentando novas abordagens, em casa e no exterior, desde a publicação de vídeos de recrutamento no YouTube até o lançamento de uma campanha de mídia social em russo para recrutar novos espiões.

No Reino Unido, o GCHQ lança regularmente um quebra-cabeça para o público que deseja ter uma noção dos desafios envolvidos em seu trabalho. Em setembro do ano passado, a agência britânica lançou um livro com desafios para crianças, incluindo testes de línguas, engenharia, análise, matemática, codificação e segurança cibernética.

Nos últimos meses, o governo americano também tem buscado novas maneiras de atrair talentos, incluindo feiras de empregos e mais estágios, à medida que seu time de espiões treinados envelhece e busca a aposentadoria. As informações são dos jornais O Estado de S. Paulo e The Washington Post.

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