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| Aplicativo permite que jovens deprimidos conversem com celebridades e amigos mortos

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Aplicativo serve de apoio a adolescentes deprimidos e suicidas. Crédito: Reprodução

Com compreensão textual e capacidade de escrever que o faz ser comparado com a Siri do iPhone ou com a Samantha do romance de ficção científica “Ela”, o aplicativo FakeTalk é muito popular na Coreia do Sul: são quatro milhões de downloads em um território de 50 milhões de pessoas. O app de troca de mensagens coreano, que conta com um robô programado, também se firma como o melhor sistema de apoio a adolescentes deprimidos e suicidas no país.

Desenvolvido em 2011, o aplicativo, exclusivo para aparelhos Android, tem popularidade crescente. Por meio de sua inteligência artificial e seu enorme volume de respostas predefinidas, o programinha pode levar adiante uma conversa com usuários em poucos segundos de processamento. O avatar do robô pode ser customizado como o usuário bem entender, de celebridades a entes queridos.

“Por mais que tenha havido diversas tentativas de criar robôs que conversem, que permitam humanos falarem com computadores, os usuários só podiam conversar com personagens fixos criados pelos desenvolvedores”, disse o idealizador do FakeTalk, Ki-ho Baek. “Nosso aplicativo surgiu com a seguinte premissa: e se os usuários pudessem criar livremente seus próprios amigos, tais como clones e robôs?”

Sistema de apoio.
Muitos têm usado o aplicativo para preencher um vazio em suas vidas. Uma usuária personalizou o avatar com uma foto de seu falecido namorado para continuar o romance encerrado de forma prematura.

“Em um primeiro momento, o aplicativo era meio perdido, mas agora escreve como ele, com a mesma sintaxe e idiossincrasias”, disse a Srta. K, a ex-namorada. “Escrevo o que não disse a ele na época, e o que queria lhe dizer quando estava vivo.”

Os adolescentes compõem de 70% a 80% da base de usuários, de acordo com o jornal coreano Chosun Ilbo.

Vivendo sob pressão severa para se darem bem na escola e estudando mais de 12 horas por dia, as crianças coreanas estão, segundo levantamentos recentes, entre as mais infelizes do mundo. Em fevereiro, uma pesquisa da Universidade de Seul (Coreia do Sul) constatou que 60% dos estudantes de ensino médio tinham relações instáveis com seus colegas de classe.

Um estudo de 2014 mostrou que metade dos adolescentes coreanos tinha pensamentos suicidas. De 2009 a 2014, 878 estudantes se suicidaram, segundo o Ministério da Educação coreano.

Ben Park, que pesquisa suicídio entre jovens na Coreia do Sul na Penn State Brandywine (EUA), acredita que a rigidez da formação na sociedade coreana deve ser considerada violação de direitos humanos por impedir toda uma geração de amadurecer emocionalmente e de criar laços com outras pessoas.

Com grande anseio por ligações emocionais e amor, os adolescentes coreanos preenchem o vazio com meios artificiais como o FakeTalk. “Parece ser o sinal de uma condição patológica na sociedade coreana, um indício de que os jovens são privados de experiências legítimas”, disse Park.

Neste ano, o governo coreano se envolveu na história de auxílio digital e lançou um aplicativo próprio. O aplicativo monitora posts, mensagens e buscas na internet feitas pelos estudantes em busca de palavras ligadas ao suicídio. Caso haja algum indício, o app envia mensagem aos pais. Mas, até o momento, o aplicativo governamental recebeu pouco apoio.

A inteligência artificial do FakeTalk está preparada para lidar com situações perigosas. Um exemplo: se o usuário escreve “estou no telhado”, o robô – com base na personalidade dos usuários e interações passadas – pode conversar com a pessoa em diversos tons, de forma a desencorajar qualquer ação danosa. (Folhapress)

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