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Rio Grande do Sul Após 35 anos de serviço, coronel se despede da ativa após abrir caminho até então inédito para mulheres na Brigada Militar

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Despedida da Chefe do Estado-Maior Cel Cristine Rasbold.

Foto: Robson Alves/Brigada Militar
A agora ex-chefe do Estado-Maior Cel Cristine Rasbold. (Foto: Robson Alves/Brigada Militar)

Na segunda-feira, (8) o clarim da BM (Brigada Militar) fez seu último toque de chefe do Estado-Maior, a coronel Cristine Rasbold, que adentrou emocionada, ainda que sem lágrimas, no Quartel do Comando Geral no seu último serviço na ativa. Após 35 anos de Brigada Militar, ela se despediu encerrando um ciclo iniciado em 1986, deixando o legado de ser a primeira mulher a alcançar uma função no alto escalão da instituição.

À tarde, a coronel participou de uma reunião virtual de despedida com todas as oficiais femininas da BM. Na sequência, foi feito o descerramento da foto da então chefe do Estado-Maior e também na galeria dos ex-chefes.

Em seu discurso de despedida, a coronel Cristine frisou emocionada que faz parte de uma geração de mulheres que abriu o caminho profissional para a mulher na Brigada Militar e que agora chega ao seu desfecho.

Engana-se quem pensa que o caminho foi simples e curto para chegar na função onde chegou. Em sua trajetória, percorreu os mais diversos setores dentro da BM, inclusive a primeira turma de mulheres da corporação.

Em 1986, um dos grandes desafios era ser mulher em uma instituição que até então tinha apenas homens em suas fileiras. Coronel Cristine fez parte da primeira turma, com apenas 10 mulheres, que construiu o referencial de ser mulher na polícia gaúcha.

Trinta anos depois, assumia a função de chefe do Estado-Maior, sendo a primeira mulher a assumir uma posição no alto escalão da BM, que segundo ela, aceitou o novo desafio pensando em todas as mulheres e no início de tudo

“Pensei também na minha turma a pioneira, aquelas primeiras mulheres pioneiras, as primeiras oficiais, primeiras sargentos, primeiras soldados, em tudo que nós tivemos que mostrar valor, na identificação, na aceitação e quebras de paradigmas”, relatou.

Despedida da Chefe do Estado-Maior Cel Cristine Rasbold. (Foto: Robson Alves/Brigada Militar)

Apesar de longo, o caminho nem sempre foi pesado. Coronel Cristine conquistou muitos amigos e desempenhou com excelência serviços nas mais diversas seções e batalhões que serviu. Atuou em diversas unidades operacionais da Capital, unidades de ensino, alem de ter sido comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar e do 36º Batalhão de Polícia Militar. Antes de assumir a atual função era diretora do Departamento Administrativo onde recebeu do próprio comandante-geral coronel Rodrigo Mohr Picon o convite para compor o comando junto a ele.

Ao falar sobre a carreira da coronel Cristine, o comandante-geral da BM, Coronel Mohr, citou o momento em que a conheceu.

“Eu conheci a Cristine lá em 1987, e a nossa turma foi a primeira, de alguma forma, a acompanhar o trabalho feminino e o ingresso das mulheres na Brigada Militar, e todos os desafios que elas tiveram – e foram muitos – em uma época em que se a mulher sorrisse para um brigadiano é porque ela estava com segundas intenções, a mulher não podia ser simpática”, contou o comandante.

“E a Coronel Cristine fez parte desta turma pioneira, a primeira turma de mulheres e que chega ao alto comando da Brigada, e ela chegou pelos méritos e pelo trabalho dela”, completou.

Ao vestir pela última vez a farda, calçou os coturnos, arrumou um coque e vestiu o cinto com arma e carregadores. Com as unhas sem o esmalte colorido que ela mesmo auxiliou na liberação para uso do efetivo feminino, prestou sua última continência depois de 12.775 dias de ter entrado em uma viatura para, junto as colegas e coordenador, tirar o primeiro serviço. Entrou para a reserva da instituição fechando pela última vez a porta de sua sala cheia de flores recebidas em homenagens pela despedida, mas deixando a porta de oportunidades aberta para tantas outras mulheres da Brigada Militar.

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