Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de junho de 2021
A vacina da Curevac, candidata alemã a imunizante contra a covid-19, frustrou pesquisadores ao não atingir a eficácia mínima de 50%, preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com dados provisórios de um ensaio clínico em grande escala. Os resultados apontaram eficácia de 47%.
O possível imunizante representava uma esperança no combate à doença, por ser mais uma opção de vacina com a inédita tecnologia de RNA mensageiro, que já demonstrou segurança e eficácia nas vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna. A notícia decepcionou os pesquisadores, que acreditavam que conseguiriam aprovação das autoridades europeias ainda neste trimestre. A União Europeia já tinha reservado 405 milhões de doses.
As primeiras análises apontaram que a eficácia da candidata a vacina depende das faixas etárias e das variantes do coronavírus.
O resultado desanimador foi de uma análise provisória de 134 casos de covid-19 do estudo com 40 mil voluntários da Europa e na América Latina. A avaliação de outros 80 casos ainda está pendente.
Os dados mostraram que, de 124 casos sequenciados, apenas um era da cepa original do vírus. Segundo a empresa, 57% dos casos foram causados por variantes consideradas preocupantes pela OMS.
Também foi apontado que a vacina é eficaz em participantes mais jovens, mas não teve eficácia comprovada em idosos.
O CEO da Curevac, Franz-Werner Haas, disse que o estudo vai continuar e afirmou que a eficácia final ainda pode ter mudanças. Ele também destacou a dificuldade de alcançar alta eficácia diante de um cenário de surgimento, em grande variedade e quantidade, de novas variantes.
Em janeiro deste ano, a farmacêutica alemã Bayer anunciou, em comunicado, que tinha assinado um acordo de colaboração e serviços com a Curevac, a fim de auxiliar a empresa no suprimento e desenvolvimento de sua vacina contra a covid-19, além de “operações territoriais chave” relacionadas ao imunizante.
Novavax
A vacina da covid-19 desenvolvida pelo laboratório americano Novavax apresenta eficácia geral de 90%, com resultados positivos contra as novas variantes do coronavírus, incluindo a identificada, pela primeira vez, no Brasil.
Os dados foram obtidos em um estudo feito com quase 30 mil participantes, segundo os desenvolvedores do fármaco, que ainda não realizaram um pedido às autoridades brasileiras para o uso emergencial do medicamento.
Uma pesquisa britânica mostrou que a aplicação completa (duas doses) dos imunizantes desenvolvidos pela Pfizer e pela AstraZeneca protege contra uma possível hospitalização desencadeada pela variante Delta do Sars-CoV-2, identificada, inicialmente, na Índia.
Os testes de eficácia do imunizante NVX-CoV2373 reuniram dados de 29.960 indivíduos, de 119 localidades do México e dos Estados Unidos. A cada dois voluntários que receberam o fármaco, um tomou placebo. Os pesquisadores registraram 77 casos da doença, sendo 63 em integrantes do grupo que não recebeu o imunizante.
Os 14 vacinados que foram infectados desenvolveram sintomas leves da covid-19. Já todos os casos moderados (10) e graves (quatro) da doença foram registrados em quem recebeu o placebo. “Nossos resultados mostraram uma proteção de 100% contra doenças moderadas e graves e uma eficácia, em geral, de 90,4%”, informa um comunicado da empresa.
O imunizante também apresentou 91% de eficácia nas populações de alto risco: indivíduos com 65 anos ou mais e portadores de comorbidades. De acordo com a Novavax, foram registrados 75 casos de covid-19 nesse público (62 do grupo placebo e 13 imunizados).
A análise mostrou ainda que o fármaco protetivo é 93% eficaz contra novas variantes do vírus — as cepas Alfa, Beta e Gama, registradas, pela primeira vez, no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil, respectivamente. A cepa Delta, vista inicialmente na Índia, não estava em circulação no período em que o trabalho científico foi conduzido.