Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de novembro de 2015
Os ataques de Paris, que deixaram pelo menos 130 mortos, reacenderam o debate sobre o uso da criptografia nas comunicações digitais. Defendidas por quem deseja evitar o monitoramento governamental, as mensagens cifradas podem ajudar grupos radicais a planejar ataques, conforme vêm repetindo oficiais de órgãos de segurança.
Na semana passada, começaram a surgir notícias de que integrantes da milícia radical Estado Islâmico teriam usado a tecnologia para coordenar o massacre na França. O diretor da agência de inteligência norte-americana, John Brennan, criticou o fortalecimento da criptografia entre as empresas de tecnologia do Vale do Silício. E a informação, não confirmada, de que a polícia da Bélgica encontrou um PlayStation 4 em um dos locais onde a ação teria sido planejada levantou suspeitas até sobre o videogame – o aparelho tem uma rede de comunicação interna entre os jogadores.
O problema, que irritou defensores das ferramentas criptográficas, é que não havia evidências suficientes de que isso fosse verdade, embora o uso da criptografia para esse fim seja possível. “Muitas fórmulas de criptografia são públicas e seguras”, conforme o pesquisador da Universidade Estadual de Campinas Roberto Gallo. Para ele, é preciso usar modelos diferentes de criptografia, já existentes, para equilibrar segurança e p rivacidade. Em um deles, chaves criptográficas são entregues a vários “fiadores”, que podem ser juízes e parlamentares, por exemplo. (Bruno Scatena/Folhapress)