Terça-feira, 26 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 26 de agosto de 2025
O segmento é responsável pelo aumento de 27% do número geral de animais comparado a 2024
Foto: Divulgação/SeapiApós dois anos sem participar da Expointer, devido à Influenza Aviária (em 2023) e à doença de Newcastle (em 2024), as aves e os pássaros estão de volta. Nesta edição, que ocorre de 30 de agosto a 7 de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, participarão 381 aves (galinhas e galos de 33 raças) e 542 pássaros (de quatro raças). O segmento é responsável pelo aumento de 27% no número geral de animais comparado a 2024. Eles ficam no Pavilhão de Pequenos Animais, um dos mais visitados da feira e o preferido das crianças.
Para o presidente da Associação Brasileira de Preservadores e Criadores de Aves de Raças Puras e Ornamentais (APCA), André Machado Schmitz, voltar à Expointer depois de dois anos é sinônimo de motivação para seguir aprimorando o trabalho de preservação das raças puras. “Ficar sem participar da feira é um desestímulo para qualquer expositor de aves. Além da premiação dos animais, que é um grande incentivo, a Expointer tem um papel econômico, pois as vendas realizadas proporcionam uma renda auxiliar para os produtores”.
Schmitz considera a feira como uma grande vitrine que marca o fim do ciclo de um ano de trabalho e dedicação. “A preservação é um dos principais pilares da nossa criação”, pontua. “Os resultados dos julgamentos na feira nos guiam se estamos indo no caminho certo ou se temos que melhorar”, afirma, ao evidenciar que a participação de aves neste ano, que chega a 381 animais, é superior em torno de 50% em relação a 2022, quando participaram pela última vez.
Participação das Aves
Todos os dias, Schmitz, que também é criador de aves, pedala mais de 20 quilômetros do Centro de Alegrete até o Criatório Sidelina, na localidade de Caverá, para cuidar dos seus 80 animais. Ele vai levar para a Expointer 38 pássaros, sendo 17 machos (galos) e 21 fêmeas (galinhas), com idades entre 8 e 24 meses.
“Levo mais raças de origem inglesa, como Orpingtom amarelo, preto e chocolate. Vai ser a primeira vez da chocolate na feira”, adianta. “Mas também vão a Sussex (inglesa) e algumas miniaturas, como Mini Cochins e Sedosa do Japão. As minis são chamadas popularmente de garnizé e procuradas como pets. Vou levar ainda aves de raças de origem asiática como Brahma Perdiz e Brahma Dark, ambas com dupla aptidão (carne/ovos e ornamentação)”.
Seus animais vivem confinados dentro de um galpão de 40 metros quadrados, em gaiolas individuais fixadas na parede, e comem ração, grãos, milho, trigo, aveia e girassol. “Em tempos de Expointer, é como preparar atleta, o tratamento é mais intenso, inclusive com banhos para controle de ectoparasitas”, explica Schmitz.
Pássaros
Quando Pedro Antônio Cordeiro da Costa, atual presidente da Sociedade Ornitológica Riograndense (SOR), tinha dez anos, uma tia deu a ele dois casais de periquitos. Começava então uma paixão para a vida toda. Com 13 anos, ele já tinha cerca de 40 casais, que criava em dois viveiros de grande porte.
Hoje, Cordeiro, aos 69 anos, cria cerca de 70 casais de calopsita, periquito inglês e australiano, mandarim, manon e pomba-diamante no Criadouro Cordeiro, que fica no bairro Jardim Botânico em Porto Alegre. “Faço parte da Sociedade oficialmente há 43 anos e sou o sócio mais antigo em atividade ainda como criador”, fala com orgulho.
Segundo ele, nesta edição da Expointer participarão 542 pássaros de quatro raças (calopsitas, canários, periquitos australianos e mandarins). Ele vai levar cerca de 180 aves, entre machos e fêmeas que pesam entre 50 e 150 gramas.
Cordeiro conta que seus animais ficam em gaiolas próprias para criação e reprodução. Ele também possui três viveiros de manejo, onde os filhotes, quando separados dos pais e já se alimentando sozinhos, ficam soltos. “Lá eles começam a se exercitar e a comer uma alimentação balanceada para que cresçam e se desenvolvam bem, ou seja, adquiram musculatura de asas”.
Conforme o criador, o tipo de alimentação varia de pássaro para pássaro. As calopsitas comem uma mistura de cinco tipos de sementes (entre elas girassol e aveia descascada); os periquitos australianos comem a mesma coisa que as calopsitas, só que algumas sementes em quantidades menores. Quanto aos mandarins, alimentam-se com uma mistura específica de sementes (alpiste, painço, linhaça), porque possuem o bico reto.
Cordeiro participa da Expointer há mais de 30 anos como expositor. Seus animais conquistaram vários prêmios durante esse período. Para ele, retornar à feira depois de dois anos é muito importante por várias razões. “Eu sou uma espécie de relações públicas da Sociedade. Tem pessoas que todos os anos batem ponto na Expointer para conversar comigo sobre o assunto. A minha realização pessoal é poder transmitir para os outros aquilo que sei”, diz emocionado.