Terça-feira, 26 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 25 de agosto de 2025
O Banco do Brasil denunciou à Advocacia-Geral da União (AGU) uma série de postagens feitas na última semana nas redes sociais com informações falsas sobre o banco e incitando a retirada maciça de recursos por correntistas.
Segundo ofício encaminhado pelo banco, os ataques nas redes sociais começaram no último dia 19. Entre eles, há um vídeo feito por Eduardo Bolsonaro no dia 20, em que o deputado federal afirma que “o Banco do Brasil será cortado das relações internacionais, o que o levará à falência”. Eduardo tem mais de 1,7 milhão de seguidores em seu canal no Youtube.
A presidente do banco, Tarciana Medeiros, reclamou publicamente desse movimento em evento no dia 20, sem citar nomes.
O BB denunciou outros autores, como o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e o advogado Jeffrey Chiquini, que defende o ex-assessor da Presidência do governo Jair Bolsonaro Filipe Martins, com postagens, segundo o banco, difamatórias e contra a soberania nacional.
Em nota, o advogado Jeffrey Chiquini disse que deu uma “opinião jurídica” e que sua afirmação sobre “tirar dinheiro” do banco dizia respeito a retirar investimentos em ações, pois, em razão da insegurança jurídica, o investimento se tornaria imprevisível.
Notícia-crime
A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou notícia-crime à Polícia Federal pedindo a investigação da denúncia feita pelo Banco do Brasil contra perfis que passaram a estimular uma corrida bancária, insinuando que o banco poderia ir à falência.
A AGU resolveu encaminhar a queixa para investigação da PF, sugerindo que os fatos apontados “podem guardar correlação com investigações penais em curso no âmbito da competência originária da Suprema Corte”.
O órgão afirma que a divulgação de notícias falsas ou prejudicialmente incompletas sobre instituição financeira é crime previsto na lei do colarinho branco, de 1986, e os autores podem ser condenados à prisão de dois a seis anos além de multa.
O documento da AGU não menciona Eduardo nem o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), que também fez postagem falando que “Moraes vai quebrar o Brasil” e incitando as pessoas a tirar dinheiro do BB. Mas as postagens dos parlamentares também seguiram para averiguação da PF, uma vez que o ofício do Banco do Brasil foi anexado à notícia-crime.
Os casos citados pela Advocacia-Geral da União são do advogado Jeffrey Chiquini, que defende o ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins, e outros perfis de bolsonaristas que propagaram a mensagem de que os correntistas do BB devem retirar o dinheiro do banco.
“Tais condutas têm o potencial de fomentar uma verdadeira corrida bancária para retirada de valores dos bancos, o que pode causar prejuízo à economia do País. Soma-se a isso uma intenção política no sentido de, relacionando tal colapso às atividades dos membros do Supremo Tribunal Federal, colocar a opinião pública contra o órgão judicial e constranger o Poder Judiciário em sua atuação típica”, afirma a AGU no documento enviado à PF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.