Domingo, 13 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 1 de setembro de 2020
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”, depois que uma apoiadora lhe pediu que não deixasse “fazer esse negócio de vacina”.
“Ô, Bolsonaro, não deixa fazer esse negócio de vacina, não, viu? Isso é perigoso.”
De pronto, ele devolveu:
“A vacina… ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”, afirmou, fazendo uma espécie de continência com os dedos na testa em seguida.
Um homem que estava no local comemorou concordando com o presidente e a mulher informou que é da “área de saúde, farmacêutica”.
“Em menos de 14 anos, ninguém pode botar uma vacina no mercado. Tem que proibir”, declarou a apoiadora.
No último dia 6, Bolsonaro editou uma Medida Provisória (MP) que liberou cerca de R$ 2 bilhões em crédito extraordinário para a produção e disponibilização de possível vacina contra a covid-19, que se encontra em fase de pesquisa.
Em fevereiro, no entanto, o próprio presidente sancionou lei que permite a vacinação compulsória como forma de enfrentar a pandemia da covid-19. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) também determina ser “obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”.
A declaração de Bolsonaro vai de encontro ao esforço feito pelo Ministério da Saúde em campanhas de vacinação. O motivo é a queda da cobertura de imunização de diversas doenças. Uma das principais preocupações é sobre o sarampo, doença erradicada no País até 2016. Em 2019 foram registrados mais de 18 mil casos. Neste ano, até 1º de agosto, cerca de 6,8 mil contaminações foram confirmadas e cinco crianças morreram.
A doença é extremamente contagiosa e grave, principalmente em crianças menores de cinco anos e pessoas imunodeprimidas. Em boletim sobre a doença publicado neste mês, o ministério lembra que a transmissão ocorre “de forma direta de pessoas doentes ao espirrar, tossir, falar ou respirar”. “Evidenciando a importância da vacinação, conforme recomendações do Ministério da Saúde”, afirma a pasta.
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