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Brasil Bolsonaro agradece pela posição de isenção da China sobre a polêmica ambiental na Amazônia

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Estado já havia registrado 51,7% de aumento no primeiro semestre do ano deste ano. (Foto: Greenpeace)

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) agradeceu nesta sexta-feira (25) a isenção da China na polêmica ambiental sobre as queimadas na Amazônia diante de uma plateia de mais de 400 empresários brasileiros e chineses em Pequim.

“Quero agradecer as palavras do seu embaixador sobre nossa soberania na região amazônica”, disse o presidente. “Para nós não tenho preço esse reconhecimento público”.

No auge da crise das queimadas na floresta, com forte pressão sobre o Brasil principalmente dos países europeus, a China deu uma declaração de que a Amazônia é uma questão brasileira.

Nas reuniões da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para abertura de mercado, o tema não tem despertado preocupação, embora a China esteja atenta ao alto nível de poluição em suas cidades.

Bolsonaro foi aplaudido várias vezes durante o evento – em pelo menos uma ocasião aos gritos de “mito” por parte dos brasileiros. Os aplausos foram ainda mais intensos quando ele voltou a ressaltar que vai isentar os chineses de visto para entrar no Brasil.

A medida é incomum e adotada por poucos países do mundo por causa do risco de imigração ilegal. Hoje vivem na China 1,4 bilhão de pessoas. Bolsonaro havia dito antes de evento que haverá “filtros”, mas não detalhou.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que empresários chineses e brasileiros deviam aproveitar “juntos” as oportunidades que se abrem para os dois países. “Queremos investimentos chineses em novas áreas e mais turismo”, afirmou.

A declaração vai na contramão do que Araújo havia afirmado em março deste ano, quando disse a novos diplomatas em aula magna no Instituto Rio Branco, que o Brasil “não venderá a alma” para exportar soja e minério para a China.

Declaração polêmica

Causou polêmica a declaração da economista Monica de Bolle, pesquisadora sênior do Instituto Peterson de Economia Internacional, em Washington, de que a Floresta Amazônica vai entrar num ponto de inflexão daqui a dois anos.

Isto quer dizer o seguinte: por causa do desmatamento e das queimadas, após este prazo, a floresta deixa de produzir chuva suficiente para se sustentar e vai se transformando lentamente numa savana mais seca, liberando bilhões de toneladas de carbono na atmosfera.

As consequências desse cenário seriam desastrosas, como se pode imaginar: as árvores param de sequestrar o carbono, há mudança de clima e isto trará mais eventos de seca ou de tempestades furiosas na América do Sul.

De Bolle, que também é chefe do programa de estudos latino-americanos da Universidade Johns Hopkins, fez mais do que um anúncio. Ela lançou um alerta ao mundo, e pediu que todos prestassem atenção às políticas do presidente Jair Bolsonaro, que não se incomoda em dizer que floresta, para ele, só faz sentido se promover progresso e desenvolvimento para o país. Tal política estaria contribuindo para o aquecimento global e para um desastre sem precedentes na floresta.

Dom Phillips, um dos correspondentes do jornal “The Guardian” no Brasil, ouviu cientistas sobre a declaração da pesquisadora.

Carlos Nobre, um dos principais cientistas climáticos e também pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, foi ouvido e disse que a degradação das terras tem provocado, já, sérios problemas.

Entretanto, ele questionou o cálculo de De Bolle, segundo o qual o desmatamento estimado quadruplicaria de quase 18 mil quilômetros quadrados neste ano para quase 70 mil quilômetros quadrados até 2021.

“Estamos vendo, sim, um aumento no desmatamento, não estou questionando isso. Mas parece-me muito improvável o cálculo feito pela pesquisadora. Este aumento projetado do desmatamento é mais um cálculo econômico do que ecológico”, disse o cientista.

No ano passado, Carlos Nobre argumentou em um artigo que o ponto de inflexão da Amazônia poderia acontecer no Leste, Sul e Centro, mas quando 20 a 25% da floresta fossem derrubados. Um dado do IBGE de 2010 dá conta de que a área total derrubada da floresta está em torno de 15%.

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https://www.osul.com.br/bolsonaro-agradece-pela-posicao-de-isencao-da-china-sobre-a-polemica-ambiental-na-amazonia/ Bolsonaro agradece pela posição de isenção da China sobre a polêmica ambiental na Amazônia 2019-10-25
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