Segunda-feira, 07 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2022
O presidente Jair Bolsonaro afirmou ter conversado com o presidente da Argentina, Alberto Fernandéz, para viabilizar acordo de fornecimento de gás do país ao Brasil. O encontro entre as autoridades aconteceu na Cúpula das Américas, da qual Bolsonaro na última semana.
“Conversamos com o Fernandéz. Estamos trabalhando com muita ênfase nos últimos meses para que o gás da região de Vaca Muerta chegue ao Brasil”, disse o presidente brasileiro durante transmissão nas redes sociais. Bolsonaro afirmou que o acordo a Argentina está mantido, mas que não deixaria de importar gás da Bolívia.
O presidente brasileiro esteve na semana anterior em um encontro bilateral improvisado com o presidente argentino, às margens da Cúpula das Américas, quando usou seu discurso durante a reunião plenária do encontro para falar sobre o tema.
“Fernández, continua em frente o nosso acordo de gás de Vaca Muerta. Pode ter certeza, será bom para nossos dois países, e nós não deixaremos de continuar importando gás da Bolívia”, afirmou.
O governo brasileiro tem reclamado do acordo de gás com a Bolívia desde que o país vizinho cortou no mês passado 30% do gás enviado ao Brasil para enviar à Argentina, que estava passando por problemas de fornecimento.
Na época, Bolsonaro chegou a dizer que o corte havia sido um conluio entre o governo boliviano e a direção da Petrobras para prejudicá-lo.
“A Bolívia cortou 30% do nosso gás para entregar à Argentina. O gás, se tiver que comprar de outro local, é cinco vezes mais caro. Quem vai pagar a conta? É um negócio que parece orquestrado para favorecer vocês sabem quem”, disse Bolsonaro em conversa com apoiadores.
O projeto entre Brasil e Argentina para Vaca Muerta prevê a construção de uma rede de gasodutos que ligariam a mina argentina ao sul do Brasil, em uma proposta de investimento de 3,7 bilhões de dólares e ligações de 1,4 mil quilômetros.
O tema já havia sido discutido entre os dois presidentes em 2020, mas esbarrava na intenção do Brasil de aumentar sua própria produção de gás. O tema voltou a ser tratado na rápida reunião entre Fernández e Bolsonaro durante a cúpula.