Domingo, 13 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 13 de abril de 2022
Em novo ataque à cúpula do Poder Judiciário, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que, na avaliação dele, há uma maioria no Supremo Tribunal Federal que não age corretamente.
A declaração em uma entrevista gravada, divulgada nesta quarta-feira (13), foi dada quando Bolsonaro comentava a reversão das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Lamentavelmente, não quero generalizar, mas dentro do Supremo Tribunal Federal tem uma maioria que não age corretamente, até mesmo com o fato de votar, fazer com que as condenações do Lula fossem revertidas”, disse ele, ressaltando que “não foi inocentar”.
Bolsonaro disse que “não tem cabimento” o argumento usado pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo, para anular as condenações de Lula. O entendimento de Fachin, confirmado pelo plenário do STF, foi o de que o ex-presidente não poderia ter sido processado por uma Vara Federal em Curitiba, mas em Brasília ou São Paulo.
Nos últimos meses, Bolsonaro voltou a elevar ataques contra ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral, além de questionar a integridade do sistema eletrônico de votação.
Lula
Bolsonaro disse nesta quarta que, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições de 2022, está “na cara” que ele irá colocar ministros “abortistas” no STF. A declaração do presidente foi dada ao programa Linha de Frente, da TV Aratu, na Bahia. A fala foi em referência à última semana, quando Lula afirmou que o aborto deveria ser “transformado em uma questão de saúde pública”.
Bolsonaro disse que o assunto não deve ser discutido e que a declaração de Lula foi “lamentável”, em um país em que 90% da população é católica. “A grande maioria é contra o aborto”, afirmou. O presidente criticou a relação dos governos do PT com Cuba e disse que Lula continua a defender o investimento do Brasil em “ditaduras” no exterior.
Ele avaliou a oficialização da chapa Lula-Alckmin como uma “luta pelo poder”. Bolsonaro afirmou que saber a opinião de Geraldo Alckmin (PSB), como um “católico fervoroso”, em relação ao aborto. “Olha só, o Alckmin e o Lula sempre foram inimigos, cão e gato. E agora estão juntos pelo poder. Então, olha só a conclusão: ou eles mentiram no passado ou estão mentindo no presente”, disse o chefe do Executivo. O presidente já havia comentado a aliança em sua conta oficial no Twitter, quando ironizou uma publicação de Lula ao lado de Alckmin – que irá concorrer como vice-presidente ao lado do petista nas eleições deste ano.
Na entrevista, Bolsonaro disse que a chapa “perdeu a sua credibilidade” diante da opinião pública. E voltou ao assunto do aborto ao dizer que “5 ou 6 ministros do Supremo” já são favoráveis à política e que, se Lula for eleito, ele deve colocar mais dois ministros a favor.